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O ato em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, realizado na sexta-feira, 8 de março, reuniu milhares de manifestantes na Candelária, Centro do Rio. Em seguida, os participantes da manifestação seguiram em passeata pela Avenida Rio Branco. 
As mulheres protestaram contra a proposta da Reforma da Previdência apresentada pelo governo Bolsonaro. Na avaliação das entidades de organização social, jovens e mulheres serão ainda mais prejudicados pelo projeto, que cria regras que dificultam a aposentadoria e vão reduzir drasticamente a média dos valores dos benefícios, já considerados um dos mais baixos do mundo. Elas entoaram gritos contra o presidente Bolsonaro e contra a intolerância, a discriminação e o feminicídio, e voltaram a cobrar justiça no caso do assassinato de Marielle Franco, exigindo punição para os responsáveis pela morte da vereadora do PSOL, ainda sem resposta conclusiva das autoridades e da polícia. O movimento popular Lula-Livre, em defesa da liberdade do ex-presidente Lula, considerado um preso político, também marcou a atividade.

O Sindicato realizou na última sexta-feira, 8 de março, uma caravana em agências do Centro do Rio, em comemoração ao Dia Internacional da Mulher. Além de música e poesia para homenagear bancárias e as clientes dos bancos que estavam no local, dirigentes sindicais dialogaram com a categoria sobre a importância de todos os trabalhadores lutarem contra a Reforma da Previdência proposta pelo governo Bolsonaro. Dialogaram ainda com as funcionárias sobre a atual conjuntura política, desfavorável aos trabalhadores e trabalhadoras e a respeito do alto índice de violência e feminicídio no Brasil. 
As bancárias foram convidadas a participar do ato das mulheres, que aconteceu no final da tarde, no Centro e a fortalecer a luta da categoria, através da sindicalização e da participação de todos em defesa dos direitos trabalhistas, da Previdência Social e da democracia. Mais detalhes, confira na próxima edição impressa do Jornal Bancário.

A negociação entre o Sindicato e a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), no Rio, a respeito da situação dos bancários diante da suspensão do feriado na quarta-feira de cinzas por decisão da Ministra Rosa Weber, terminou em um impasse. Os bancos querem uma negociação individualizada e o Sindicato defende uma solução coletiva, que atenda aos funcionários de todas as instituições financeiras. O encontro aconteceu na sexta-feira, dia 8 de março. 
O Sindicato criticou a interferência dos bancos através da Confederação do Sistema Financeiro (Confif), que entrou com uma liminar para suspender o feriado, garantido por Lei Estadual número 8.217, oriunda do Projeto de Lei 3.433, de 2017, aprovada pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) no final do ano passado. A decisão tomada pela Ministra só foi confirmada após o expediente de trabalho, pegando muitos bancários de surpresa. 
Para a presidenta do Sindicato, Adriana Nalesso, a defesa do feriado é uma reivindicação dos bancários e também é uma valorização da categoria. “Deixamos claro a Fenaban que não vamos admitir nenhum tipo de perda ou perseguição em virtude de uma decisão tomada após o fim do expediente bancário em que houve abusos nas convocações inclusive através de telefones particulares dos bancários”, disse Adriana. 
Uma nova reunião será agendada para a próxima semana.

 
 
 
 

Tudo o que os brasileiros precisam saber sobre a "reforma" da Previdência 2019 num único site. A RBA lança nesta sexta-feira (8) a página na internet Minha Aposentadoria, totalmente voltada para a defesa do direito dos trabalhadores à aposentadoria.

A página explica os detalhes das regras que constam da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 6/2019, levada por Jair Bolsonaro ao Congresso Nacional em 20 de fevereiro, com interesse de que seja aprovada ainda no primeiro semestre.

O que a "reforma" põe a perder? O que é verdade e o que não é sobre o que dizem da situação da Previdência? Quem vai pagar a conta do R$ 1 trilhão que o governo diz querer economizar com essa PEC? Por que essa ideia de reforma põe em risco não apenas as futuras aposentadoria, mas também a situação de que já está aposentado? O que precisa mudar, de fato, na estrutura da Previdência, para que ela seja efetivamente sustentável, para as atuais e futuras gerações?

Essas e muitas outras questões terão respostas no site e serão temas de reportagens produzidas pelas equipes da RBA, da Rádio Brasil Atual e da TVT. Artigos e reportagens de blogs e sites parceiros, das centrais sindicais, do Dieese, do mundo acadêmico e a voz dos trabalhadores também estarão presentes no dia a dia da página Minha Aposentadoria.

Uma seção vai permitir a interação com os internautas, que poderão enviar perguntas para serem analisadas e respondidas por especialistas.

"Nesse site, você vai descobrir que além da aposentadoria, de que tanto se fala quando ao assunto é a reforma da Previdência, outros direitos correm risco, como os benefícios pagos aos trabalhadores afastados por doença, às gestantes, aos idosos carentes e às pessoas com deficiência, aos trabalhadores rurais", informa o texto de apresentação.

"O lançamento do site neste Dia Internacional da Mulher tem significado especial porque elas – as trabalhadoras do campo e da cidade – estão entre os mais prejudicados por mais esse absurdo produzido nesses trágicos meses de governo Bolsonaro", afirma o diretor da RBA, Paulo Salvador.

O site terá ainda uma "calculadora" produzida pelo Dieese, por meio da qual os usuários poderão comparar quanto tempo levariam para se aposentar com as regras atuais e como ficará se a proposta de Bolsonaro for aprovada.

"Nosso site é um reforço na batalha da comunicação por parte dos trabalhadores", diz Salvador. "Sabemos que a imprensa comercial, os principais jornais, portais e emissoras de rádio e TV vão tentar de tudo para vender a reforma como se fosse a salvação da pátria. Na verdade, seria a destruição da Previdência pública, para a alegria dos bancos e dos mais ricos."

Estação Primeira de Mangueira conquistou, nesta quarta-feira (6), seu 20º título do Grupo Especial do Carnaval do Rio de Janeiro.

A vitória da escola de samba sacramentou a derrota do presidente Jair Bolsonaro neste Carnaval. Enquanto nas ruas os protestos contra o presidente dominaram os blocos, transformando a festividade em um verdadeiro ato nacional de resistência ao governo autoritário, a Mangueira, na Sapucaí, lavou a alma dos brasileiros ao desconstruir os heróis e as ideias defendidas pelo presidente e contar a verdadeira história do país.

 

A agremiação, com o enredo “História pra ninar gente grande”, fez um desfile histórico em que homenageou heróis esquecidos como lideranças negras, indígenas e mulheres – segmentos que Bolsonaro historicamente procura marginalizar.

Entre os “heróis esquecidos” homenageados pela escola, estão, por exemplo, o lendário Sepé Tiaraju, guerreiro indígena que lutou contra a dominação portuguesa e espanhola no Brasil, e mulheres negras do Quilombo dos Palmares, como Acotirene e Dandara.

A homenagem a Marielle Franco, citada no enredo, foi um dos destaques do desfile. O rosto da vereadora e ativista dos direitos humanos foi estampado em bandeiras e faixas na última ala, que contou com a presença, na avenida, do deputado federal Marcelo Freixo e do vereador Tarcísio Motta, ambos do PSOL, partido de Marielle, além da viúva da vereadora, a arquiteta Mônica Benício.

Outro destaque do desfile da verde e rosa foi o carro que representou os assassinatos e perseguições da ditadura militar, em uma verdadeira provocação ao capitão da reserva que, além de um entusiasta do período, tem entre seus ídolos militares torturadores.

 

Representando a memória dos mortos e desaparecidos da ditadura, estava a jornalista Hildegard Angel,  filha de Zuzu Angel e irmã de Stuart Angel, ambos assassinados pelo aparelho repressor dos anos de chumbo. Ela estava em cima de um livro gigante e a frente de um em que se lia “ditadura assassina”.

Em tempos de “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”, a Mangueira ainda ousou ao apresentar uma bandeira do Brasil com as cores da escola onde, no lugar de “Ordem e Progresso”, se lia “Índios, Negros e Pobres”.

 

“Na luta é que a gente se encontra”, dizia o enredo da escola de samba. De fato, o Brasil se encontrou na luta deste carnaval.

Quinta, 07 Março 2019 11:09

2ª parcela de PLR do BB será paga hoje

O Banco do Brasil deposita nesta quinta-feira (7) a segunda parcela da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), referente ao segundo semestre de 2018.

Por dispositivos legais, a PLR não pode ser paga antes da distribuição aos acionistas. E, dado o histórico das negociações com as entidades de representação dos funcionários, o pagamento é feito no mesmo dia da distribuição aos acionistas.

O acordo 2018/2020 garante o mesmo modelo de PLR sem redução de direitos para os funcionários do BB, uma vez que são aplicados os dispositivos do acordo de PLR da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban).

Segue abaixo a tabela de pagamento dos salários paradigma (percentual sobre o VR - Valor de Referência do Cargo).

O Sindicato vai negociar com os bancos nesta sexta-feira, 8, em São Paulo, para encontrar uma solução a fim de que bancários que não puderam comparecer ao trabalho, surpreendidos pela suspensão do feriado na quarta de cinzas, não tenham seus salários descontados.


Prejuízos da decisão


A categoria, clientes e toda a sociedade foram surpreendidos, em plena sexta-feira de carnaval (1/3), com a notícia de que o feriado bancário da quarta-feira de cinzas, havia sido suspenso por decisão da Ministra do STF (Supremo Tribunal Federal), Rosa Weber, atendendo a um pedido de liminar em ação cautelar proposta pelos bancos. A decisão, divulgada após o expediente, trouxe transtornos e colocou em risco a segurança de bancários e clientes, com a falta de numerário e de vigilantes nas unidades. 
Funcionários que estavam viajando tiveram de retornar rapidamente para trabalhar na data, feriado bancário em todo o Estado do Rio de Janeiro, conforme a Lei 8.217/2018, aprovada pela Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro). 
Aposentados que foram às agências para sacar seus benefícios, ficaram frustrados, pois a Previdência Social, respeitando a Lei Estadual e reconhecendo o feriado, transferiu o depósito dos benefícios para quinta-feira, dia 7 de março. Clientes que tentaram sacar também não conseguiram, já que o fechamento dos cofres é eletrônico e eles estavam programados para abrir somente no dia seguinte ao feriado. 
O Sindicato exige que haja um mínimo de compreensão por parte de os bancos para não descontar o dia de quem não conseguiu trabalhar. 
Em caso de retaliação, o bancário deve denunciar ao Sindicato pelos telefones: 2103-4121/4122/4123/4124. 
A luta pelo feriado continua. 

Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro

O Sindicato e a Contraf-CUT participam de negociação com representações dos bancos nesta sexta-feira, 8, em São Paulo, para negociar uma solução a fim de que bancários que não puderam comparecer ao trabalho, surpreendidos pela suspensão do feriado na quarta de cinzas, não tenham seus salários descontados.

 Decisão causa transtornos

 A categoria, clientes e toda a sociedade foram surpreendidos, em plena sexta-feira de carnaval (1/3), com a notícia de que o feriado bancário da quarta-feira de cinzas, havia sido suspenso por decisão da Ministra do STF (Supremo Tribunal Federal), Rosa Weber, atendendo a um pedido de liminar em ação cautelar proposta pela Confederação Nacional do Sistema Financeiro (Consif).  A divulgação da decisão da Ministra ocorreu após o encerramento do expediente bancário, quando a maioria da categoria já havia deixado o local de trabalho. A decisão trouxe transtornos e colocou em risco a segurança de bancários e clientes, pois houve falta de vigilantes na unidade. A falta de dinheiro para sacar também revoltou os clientes.

Muitos bancários que estavam viajando, tiveram de retornar rapidamente para trabalhar na data, feriado bancário em todo o Estado do Rio de Janeiro, conforme a Lei 8.217/2018oriunda do Projeto de Lei 3433, de 2017, aprovada pela Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro).

 Aposentados prejudicados

Não foram somente os bancários prejudicados com a decisão de Rosa Weber, que além de terem sido pegos de surpresa com a notícia da suspensão do feriado, foram colocados em risco diante da falta de vigilantes em muitas unidades e também o pouco policiamento nas vias públicas da cidade. Aposentados, por exemplo, que foram às agências para sacar seus benefícios, ficaram frustrados, pois a Previdência Social, respeitando a Lei Estadual e reconhecendo o feriado, transferiu o depósito dos benefícios para quinta-feira, dia 7 der março. Clientes que tentaram sacar também não conseguiram, já que o fechamento dos cofres é eletrônico e eles haviam sido programados para abrir somente no dia seguinte ao feriado.

“Foi uma insistência descabida e irresponsável dos banqueiros, colocando em risco a vida dos bancários e da população com total falta de segurança nas agências e trazendo transtornos para a população. A decisão da ministra prejudicou todo mundo. Agora exigimos que haja um mínimo de compreensão por parte dos bancos para não descontar o dia de quem não conseguiu trabalhar”, afirma o vice-presidente do Sindicato, Paulo Matileti.

Fomos surpreendidos, durante o desfile do Bloco dos Bancários, nesta sexta-feira, 1/3, com a notícia de que o feriado bancário da quarta-feira de cinzas, havia sido suspenso.

A Ministra Rosa Weber deferiu um pedido de liminar em ação cautelar proposta pela Consif -Confederação Nacional do Sistema Financeiro, sem entrar no mérito da questão. Ou seja, não analisou se a Alerj é competente para legislar sobre o feriado, deixando a decisão para o pleno do STF.

A divulgação ocorreu após o encerramento do expediente bancário, quando a maioria da categoria já havia deixado o local de trabalho.

Considerando que a suspensão de medida cautelar é atribuição do presidente do STF ou do pleno e que os Sindicatos, a Federação e a Contraf/CUT não são parte na Adin - Ação Direta de Inconstitucionalidade, proposta pelos bancos, buscamos, imediatamente, um contato com o deputado André Ceciliano, presidente da Alerj e um dos autores da lei, além do deputado Gilberto Palmares, solicitando que adotasse  junto a Procuradoria da Assembleia Legislativa as medidas cabíveis para tentar reverter a decisão.

Diante do exposto, entendemos que os bancários devem comparecer ao trabalho na quarta-feira de cinzas.

O Sindicato repudia a irresponsabilidade e falta de sensibilidade dos banqueiros que colocam em risco a integridade física dos bancários e a segurança das agências, pois é sabido que em muitas dependências os cofres foram programados para serem abertos somente na quinta-feira e que em muitas agências poderá ocorrer a insuficiência no quadro de vigilantes.

Vamos buscar que a Contraf/CUT possa fazer parte dessa demanda judicial, para defender os interesses da categoria.

Por fim, caso a constitucionalidade da lei seja reconhecida pelo STF, o Sindicato promoverá ações de cobrança de horas-extras por trabalho em feriado.

Diretoria Sindicato dos Bancários do Rio

#SóALutaTeGarante
#Maisumgolpenotrabalhador
#STFdesrespeitaAlerjebancários

PEC que altera regras para aposentadoria, encaminhada ao Congresso pela equipe econômica de Bolsonaro, não poupa a grande maioria dos brasileiros que vê cada vez mais distante o sonho de aposentar

A proposta de reforma da Previdência de Jair Bolsonaro (PSL) pode mudar drasticamente os planos dos trabalhadores e trabalhadoras do Brasil. Para a grande maioria, os que começam a trabalhar mais cedo, ganham menos e ficam grandes períodos sem carteira assinada é pior ainda. Para esses, a reforma representa o fim do sonho da aposentadoria.

Proposta de Emenda à Constituição (PEC 06/2019) da reforma da Previdência prejudica trabalhadores e trabalhadoras que vão entrar no mercado de trabalho e a maior parte dos que já estão trabalhando.

Motivo: o texto que será analisado pelo Congresso Nacional dificulta as regras de acesso, reduz o valor dos benefícios e altera até a legislação trabalhista, como é o caso do item que acaba com o pagamento da multa de 40% do saldo do FGTS quando o trabalhador se aposentar e continuar na mesma empresa. Esse item também isenta o empresário de continuar contribuindo com o FGTS.

Antes de entender os principais ataques da proposta e como eles afetam a vida dos trabalhadores e trabalhadoras, é preciso saber como funciona hoje. Atualmente, o trabalhador pode se aposentar por tempo de contribuição, que exige 35 anos de pagamentos ao Instituto Nacional do Seguridade Social (INSS) para homens e 30 anos para mulheres, sem exigência de idade mínima. Neste caso, o valor do benefício é proporcional ao tempo e a idade.

Para ter acesso ao valor integral do benefício é possível também se aposentar pela fórmula 86/96, que é a soma da idade mais o tempo de contribuição - mulher com 56 anos mais 30 de contribuição e homem com 61 anos e 35 de contribuição.

A segunda é a aposentadoria por idade, que atende aos mais pobres. Os requisitos são: idade de 65 anos (homens) e 60 anos (mulheres) e 15 anos de contribuição. O valor do benefício é de 70% da média dos 80% maiores salários recebidos ao longo da vida pelo trabalhador. Ele recebe 1% a mais a cada ano de contribuição maior do que os 15 anos que constam na regra.

A reforma de Bolsonaro acaba com a aposentadoria por tempo de contribuição.


O que a reforma da Previdência prevê:

 

Idade mínima

Institui a obrigatoriedade da idade mínima para a aposentadoria de 65 anos (homens) e 62 anos (mulheres), tanto do setor público como do setor privado. A proposta também contém um dispositivo que aumenta, a partir de 2024, a idade mínima a cada quatro anos, de acordo com a expectativa de vida da população medida pela IBGE.   

Tempo de contribuição

A PEC acaba com a aposentadoria por tempo de contribuição. Para o trabalhador se aposentar, precisa obrigatoriamente atingir a idade mínima. Nesse caso, o tempo de contribuição passará de 15 para 20 anos. Se o trabalhador quiser receber o benefício integral, além da idade mínima, terá de contribuir durante pelo menos 40 anos

Média salarial

O cálculo para o valor do benefício passará a contabilizar todos os salários e não mais os 80% mais altos, como é hoje. Com isso, o valor do benefício das futuras aposentadorias será bem menor, pois ninguém entra no mercado de trabalho com altos salários. 

Professores

Os professores e professoras serão uma das categorias mais penalizadas, se a reforma for aprovada.

A PEC prevê idade mínima obrigatória para aposentadoria da categoria de 60 anos para homens e mulheres e aumenta o tempo mínimo de contribuição para 30 anos. Quem cumprir esses requisitos terá direito a 80% do valor do benefício. Para ter direito a 100% do benefício é preciso contribuir durante 40 anos

Pelas regras atuais, as professoras se aposentam com benefício integral quando completam 50 anos de idade e 25 anos de contribuição e os professores, 55 anos de idade e 30 anos de contribuição. 

Rurais

A reforma de Bolsonaro pode retardar ou até acabar com o direito à aposentadoria dos trabalhadores e trabalhadoras rurais, em especial dos agricultores e das agricultoras familiares, que nem sempre têm renda para contribuir com o INSS, e por isso estão na categoria de “segurados especiais”.

A PEC prevê 20 anos de contribuição e idade mínima de 60 anos para homens e mulheres do campo se aposentar. Além disso, as famílias (grupo familiar) terão de contribuir com, no mínimo, R$ 600,00 ao ano, mesmo se não produzirem, portanto, não venderem nada no período.

Atualmente, a idade mínima de acesso à aposentadoria dos trabalhadores da agricultura familiar é de 55 anos para as mulheres e 60 para os homens, com obrigatoriedade de comprovar 15 anos de atividade rural. Eles só precisam comprovar esse período com documentos como o Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural ou com declarações de testemunhas e atestados complementares de sindicatos da categoria. 

Servidores Públicos

A proposta de Bolsonaro quer estabelecer a idade mínima de 65 anos para homens e 62 anos para as mulheres e aumentar o tempo mínimo de contribuição para 25 anos para que os servidores tenham acesso a 60% do valor do benefício. Para receber o valor integral, os servidores terão de contribuir por pelo menos 40 anos.

Além disso, a PEC prevê aumento nos percentuais de contribuição dos atuais 11% para até 22%. Pela proposta, a alíquota dos servidorespúblicos começará em 7,5% para os que ganham até um salário mínimo. No caso dos que ganham mais de R$ 39 mil a alíquota pode chegar a 22%.

Pelas regras atuais, os homens se aposentam aos 60 anos com, no mínimo, 35 anos de contribuição e as mulheres com 55 anos e 35 de contribuição. O teto é igual ao dos trabalhadores da iniciativa privada, R$ 5.839,46

Essa regra vale desde a aprovação da Emenda Constitucional 41, de 2003, que alterou o cálculo dos benefícios dos servidores públicos. Desde a reforma, os trabalhadores que ingressaram no serviço público não recebem mais o salário integral da ativa quando se aposentam. O benefício do servidor aposentado passou a ser calculado de acordo com a média de sua contribuição a um fundo de previdência.  

Capitalização

Bolsonaro também quer implementar no Brasil o regime de capitalização da Previdência que valerá para os trabalhadores que entrarem no mercado de trabalho.

É o mesmo sistema implantado no Chile, em 1981. A capitalização prevê que cada trabalhador ou trabalhadora faz a própria poupança, que é depositada em uma conta individual. Na prática, isso significa que o valor da aposentadoria de um trabalhador depende do rendimento que ele tiver em sua conta individual. 

Os trabalhadores chilenos são obrigados a depositar ao menos 10% do salário por no mínimo 20 anos para se aposentar. A idade mínima para mulheres é 60 e para homens, 65. Não há contribuições dos empregadores nem do Estado.

Após 37 anos da implantação do modelo de capitalização, apenas metade dos trabalhadores e trabalhadoras chilenos conseguiram se aposentar. E como a maioria ganhava salários baixos e ficou grandes períodos desempregada ou não conseguiu fazer uma poupança com recursos suficientes, aproximadamente 91% dos aposentados recebem benefícios de cerca de meio salário mínimo do país, o equivalente a, em média, a R$ 694 – o piso nacional do Chile é de 288 pesos, ou R$ 1.575,66. 

Pensão morte e Acúmulo de benefícios

A PEC da reforma diminui para 50% o valor da pensão por morte dos cônjuges e órfãos. No caso dos viúvos e viúvas, a proposta prevê 10% a mais por cada dependente. Quando um deles perder essa condição ou falecer, sua cota não será repassada aos demais dependentes.

Quanto ao acúmulo de benefícios, pelas regras atuais, é possível o acúmulo de pensão e aposentadorias. Já o texto encaminhado por Bolsonaro ao Congresso restringe essa possibilidade e reduz o valor do benefício.

Pela regra proposta, se uma pessoa for acumular aposentadoria com pensão poderá escolher o benefício de valor mais alto e o outro vai ser repassado com desconto, de acordo com reduções por faixas escalonadas de salário mínimo. 

BPC

A idade mínima do Benefício de Prestação Continuada (BPC), no valor de um salário mínimo por mês pago a idosos e pessoas com deficiência em situação de miserabilidade, passa de 65 para 70 anos.

Na tentativa de atenuar o estrago causado a essa parcela da população (atualmente são mais de 2,5 milhões benefícios), Bolsonaro incluiu na proposta a possiblidade de pagar R$ 400,00 a partir de 60 anos de idade.

Pessoas com deficiência continuam com a regra atual. 

Mulheres

As mulheres também estão entre as mais prejudicadas com a reforma da Previdência de Bolsonaro, que acaba com a aposentadoria por tempo de contribuição, obriga as mulheres a se aposentarem com, no mínimo, 62 anos de idade, e aumenta o tempo mínimo de contribuição de 15 anos para 20 anos.

Apesar de mais tempo de trabalho e de contribuição, as trabalhadoras receberão apenas 60% do valor do benefício, se a PEC for aprovada. Para ter direito à aposentadoria integral, a trabalhadora terá de contribuir por pelo menos 40 anos.

Atualmente, as trabalhadoras podem se aposentar após 30 anos de contribuição ao INSS, sem a exigência de idade mínima. Nesse caso, para ter acesso ao valor integral do benefício, as mulheres precisam que a soma da idade mais o tempo de contribuição seja igual a 86 (56 anos + 30 contribuição = 86).

No caso das trabalhadoras que não conseguem se aposentar por tempo de contribuição, a aposentadoria é por idade: 60 para as mulheres, com no mínimo 15 anos de contribuição. 

Jabutis

A PEC da reforma de Bolsonaro também tem itens relacionados a legislação trabalhista que nada têm a ver com Previdência. Se a reforma da Previdência for aprovada, os patrões estarão livres de pagar a multa de 40% sobre os depósitos efetuados no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) na conta do trabalhador ou trabalhadora que se aposentar e continuar trabalhando na mesma empresa. Eles também não precisarão mais continuar recolhendo o FGTS dos empregados aposentados, 8% por mês.

Hoje, o trabalhador se aposenta, recebe o valor que tem depositado em sua conta individual do FGTS e, se continuar trabalhando, o patrão continua depositando na sua conta os 8% do fundo porque a aposentadoria não encerra o contrato de trabalho. Quando a empresa demitir esse trabalhador, ele recebe todos os direitos trabalhistas e os 40% da multa do FGTS.

O trabalhador que se aposenta pode, inclusive, decidir onde quer que o depósito seja feito, na conta do FGST ou na sua própria poupança. O dinheiro pode ser retirado todo mês, se ele quiser.