EXPEDIENTE DO SITE
Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
O presidente Jair Bolsonaro (PL) tenta, a todo custo, se desvencilhar de seu amigo e um dos principais aliados, Roberto Jefferson (PTB), após o ex-deputado ter atacado policiais federais com três granadas e tiros de fuzil neste domingo (23). Os agentes foram feridos pelos ataques após cumprirem o mandado de prisão de Jefferson, em sua casa, em Levy Gasparian, interior do Estado do Rio de Janeiro. O político bolsonarista passou oito horas descumprindo ordem do STF (Supremo Tribunal Federal).
“Não tem uma foto dele (Jefferson) comigo, não tem contato”, mentiu Bolsonaro. Logo após a declaração, os sites de notícias e redes sociais foram inundados de fotos de Bolsonaro junto com Roberto Jefferson, que é um dos maiores aliados e defensores de sua reeleição.
Ideias convergentes
Não é novidade para ninguém que os ataques de Roberto Jefferson aos ministros do STF são ideias que pautam as redes sociais bolsonaristas e as próprias delcarações do atual presidente. O aliado chamou a ministra Carmén Lúcia de “vagabunda” e “prostituta”.
No dia 7 de setembro de 2021, durante um protesto na Avenida Paulista, o presidente Bolsonaro declarou que “o sistema eleitoral brasileiro não oferecia segurança”, que “não iria cumprir qualquer decisão do ministro do STF, Alexandre de Morares” e que, se necessário, “iremos à guerra”.
Após os arroubos, o atual presidente, temendo sofrer um impeachment por crime de responsabilidade, escreveu uma carta, assessorado por Michel Temer, pedindo desculpas ao magistrado e dizendo que “não teve nenhuma intenção de agredir quaisquer dos Poderes”.
No entanto, a pacificação de Bolsonaro com as instituições democráticas não demorou muito e ele voltou a atacar o STF, dizendo que Moraes teria “descumprido acordo articulado por Temer", que desmentiu a afirmação do atual presidente.
“Por mais que Bolsonaro tente se desvencilhar de Roberto Jefferson, os dois têm o mesmo ideário de desprezo e desrespeito pelas instituições democráticas, uso de armas em casa, ódio e violência. E todo mundo sabe que Jefferson é um dos mais fanáticos bolsonaristas, tanto que ele usou o Padre Kelmon, o candidato laranja do seu PTB, para trocar tabelinha com Bolsonaro e atacar Lula no debate da TV”, afirma a vice-presidenta do Sindicato dos Bancários do Rio, Kátia Branco. O padre foi quem negociou para que Jefferson entregasse as armas usadas no crime contra os policiais no domingo.