Domingo, 10 Junho 2018 13:15

Maioria dos bancários diz estar disposta a aderir às greves na campanha 2018

A Consulta 2018, feita com 36 mil bancários de todo o país foi apresentada neste domingo (10), último dia da Conferência Nacional da categoria A Consulta 2018, feita com 36 mil bancários de todo o país foi apresentada neste domingo (10), último dia da Conferência Nacional da categoria

A presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, apresentou o resultado da consulta nacional feita junto aos bancários de todo o país. Mais de 36 mil questionários foram respondidos. Deste total, 62% são sindicalizados. Apesar de um índice alto de sindicalização, se comparado com outros categorias, os números revelam que ainda há espaço para as entidades sindicais aumentarem o número de associados com campanhas de sindicalizações, o que ajudaria a manter financeiramente, a estrutura da organização de representatividade dos trabalhadores. Outro dado da pesquisa que chama a atenção, é o número de bancários que respondeu estar disposto a aderir às greves da categoria na campanha salarial deste ano: 60% do total, o maior índice dos ú ltimos anos, o que comprova a insatisfação dos trabalhadores com a atuação situação de crise econômica, agravada após o golpe que levou o Temer à presidência da República.

Gênero e raça

Do universo que respondeu aos questionários, 43% são homens e 36%, mulheres. Os demais não identificaram o gênero. Em relação a raça, os números reafirmam o preconceito que ainda existe no mercado de trabalho do setor: 71% dos pesquisados são brancos e pouco mais de 5% responderam ser negros.

Prioridades da campanha

Para a categoria, as duas principais prioridades para a campanha nacional deste ano devem ser o aumento real de salários e a defesa dos direitos conquistados, previstos na Convenção Coletiva de Trabalho e na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), conquistas agora ameaçadas após a Reforma Trabalhista imposta pelo governo Temer. Combate ao assédio moral, garantia no emprego, impedir as terceirizações, melhor PLR e segurança são os demais itens apontados na consulta.

Consciência política

Os bancários mostraram também que estão antenados com o fato de a conjuntura política ter conseqüência nociva e direta na vida dos trabalhadores. Cerca de 90% disseram que não votariam, de forma alguma, em um candidato que votou a favor da Reforma Trabalhista e esmagadora maioria respondeu também que acha muito importante ou importante votar em um candidato compromissado com os interesses da classe trabalhadora.

Um dado preocupante da pesquisa revela que 53% dos bancários não tem noção do que é o fim da ultratividade, que com a nova legislação, não garante mais a renovação do acordo anterior, caso não haja consenso na negociação até a data base da categoria. Ou seja, após 31 de agosto, se a categoria não fechar acordo com os patrões, os bancos poderão impor perda da maioria dos direitos previstos nas 72 cláusulas da Convenção Coletiva da categoria, a única em nível nacional. 

 

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