EXPEDIENTE DO SITE
Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Oficialmente, o carnaval já terminou. Mas, apesar dos dias de folia terem chegado ao fim, pelo menos no calendário, os bancos continuam com sua farra de ganhar dinheiro às custas do sacrifício e do sofrimento do povo brasileiro. Enquanto o setor produtivo da economia brasileira patina, o sistema financeiro continua “nadando de braçada”. O Itaú é um dos exemplos desta realidade sombria. Em 2017 teve novo lucro recorde: R$ 24,879 bilhões, um aumento de 12,3% em relação a 2016. “Os números se chocam contra o drama de uma economia estagnada, com alto desemprego (em torno de 13%), aumento da criminalidade que atinge a toda a população, fruto de uma política econômica que privilegia o setor financeiro”, lembra a presidenta do Sindicato, Adriana Nalesso.
O balanço de 2017 do Itaú mostra que não foi por cumprir a função básica de um banco, a de conceder empréstimos, que o lucro cresceu nesta proporção. “Pelo contrário, a carteira de crédito sofreu uma redução de 0,8%. Portanto, não foi oferecendo crédito para que a economia crescesse que o lucro aumentou mais de 12%”, avaliou o economista Fernando Amorim, da subseção do Dieese do Sindicato.
Não se pode dizer o mesmo da receita obtida com a prestação de serviços e tarifas, que aumentou 7,7% em relação ao ano anterior. “Com o que foi cobrado dos clientes – R$ 35,8 bilhões – o Itaú cobriu 160% da folha de pagamentos. Ou seja, pagou todos os salários e ainda ficou com os 60% restantes”, explicou Amorim. Mesmo com a queda da Selic (a taxa básica de juros) o spread bancário no Brasil continua sendo um dos mais altos do mundo. Isto, apesar do nível de inadimplência, no caso do Itaú, ter caído de 4,2% em 2016 para 3,7% este ano.
Retirada de direitos
Os seguidos lucros recordes mostram que não há motivos para que o Itaú queira retirar direitos e continuar demitindo. Até porque o banco da família Setúbal já é o maior do país, chegando a R$1,425 trilhões em ativos, R$4 bilhões a mais do que o Banco do Brasil.
“Não é possível que o banco retribua desta forma aos bancários, que, com o seu trabalho, produzem este resultado extraordinário”, afirmou Adriana. E acrescentou: “Não é esse o modelo econômico que defendemos, com um sistema financeiro concentrado, um modelo que privilegia o capital, em detrimento das pessoas – bancários, clientes, e toda a população”.
Em 2017 o Itaú fechou 133 agências físicas e abriu 25 agências digitais, ou seja, fechou, em média, 5 agências físicas para cada agência digital aberta, passando a uma forma de atendimento cada vez mais desumanizada.