Terça, 24 Abril 2018 00:00

ENTREVISTA/ADRIANA NALESSO - “Uma categoria unida faz a diferença”

Adriana Nalesso fala da vitória consagradora da Chapa 1 que garantiu a sua reeleição para a gestão do Sindicato no triênio (2018/2021) e dos desafios da categoria diante da conjuntura mais difícil da história para os trabalhadores

Jornal Bancário - Qual a sua avaliação do resultado da eleição do Sindicato?

Adriana Nalesso - Tivemos uma votação expressiva, com 86, 40% dos votos válidos, 7.806 votos para a Chapa 1. Vejo isso como uma prova de confiança da categoria. Mas também aumenta a nossa responsabilidade e mostra que estamos no caminho certo. Acredito que as bancárias e os bancários enxergaram que o momento atual exige maturidade, responsabilidade e união.

Bancário - Um dos lemas da chapa vencedora durante o processo eleitoral foi a unidade da categoria. Qual importância desta unidade diante de uma conjuntura tão difícil para todos os trabalhadores?

Adriana - Acho que ninguém mais tem dúvidas a que veio o governo Temer. Eles cumprem um roteiro de retiradas de direitos dos trabalhadores que ainda não finalizou. A reforma da Previdência, por exemplo, não foi votada, mas não foi arquivada. Precisamos continuar muito atentos e na luta contra essa retirada de direitos e, com certeza, uma categoria unida, forte, faz diferença não só na manutenção dos nossos direitos, que foram adquiridos com muita perseverança, como também no momento da negociação com os banqueiros.

Bancário - Quais as prioridades deste seu segundo mandato?

Adriana - Como falamos durante a campanha, vamos continuar lutando pelo fim do assédio moral, das metas abusivas, por melhores condições de trabalho, além de mais contratações para a redução da sobrecarga de trabalho. É fundamental também o fortalecimento dos bancos públicos e derrotar o projeto privatista de desmonte do Banco do Brasil e da Caixa Econômica. E claro, temos as lutas diárias, como reintegração de bancárias e bancários e ainda, a defesa dos nossos direitos e o combate ao governo Temer e as reformas previstas e as que já começaram a ser implementadas.

Bancário - Quais as suas expectativas para a campanha nacional da categoria deste ano?

Adriana - Não tenho dúvidas de que será uma campanha ainda mais difícil do que nos anos anteriores principalmente por conta da reforma Trabalhista, já aprovada. Temos uma Convenção Coletiva Nacional que possui 72 cláusulas acordadas, entre elas estabilidade de pré-aposentadoria, auxílio creche babá, ampliação das licenças maternidade e paternidade, PLR, tíquetes refeição e alimentação e outros itens também bem representativos. Será um grande desafio garantir direitos históricos que conquistamos, mas acredito na nossa capacidade de organização e luta.

Bancário - Como se sente recebendo 86,40% dos votos válidos? Esta consagração no pleito aumenta ainda mais a responsabilidade de seu mandato?

Adriana - Ficamos felizes, é claro, mas temos a total certeza que nossa responsabilidade será ainda maior. Agradeço a confiança da grande maioria da categoria e contamos com o apoio das bancárias e dos bancários nas nossas ações, assembleias, enfim, em todas os espaços de discussões porque a luta se constrói com diálogo, participação e organização.

Bancário - Qual a sua avaliação das eleições deste ano para presidente da República, deputado federal, senador, governador e deputado estadual?

Adriana - Vivemos um momento muito peculiar, enquanto cidadãos precisamos ficar atentos às propostas apresentadas pelos candidatos. Até porque é no parlamento que se constroem ou se destroem as leis. Esse momento é um dos reflexos das perdas de direitos aprovados pelo governo Temer. A manutenção da nossa democracia exige de nós responsabilidades nas escolhas dos candidatos. Afinal, eles decidem o nosso futuro.

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