Terça, 12 Junho 2018 18:51

Bancários entregam pauta de reivindicações específicas ao Bradesco

Sindicalistas denunciaram a exposição dos bancários feita através de ranqueamento, o que fere direito previsto na Convenção Coletiva Sindicalistas denunciaram a exposição dos bancários feita através de ranqueamento, o que fere direito previsto na Convenção Coletiva

Os bancários do Bradesco entregaram, na segunda-feira (11), a minuta de reivindicações específicas à direção do banco, em São Paulo. O documento é resultado dos debates do Encontro Nacional dos funcionários da segunda maior instituição privada do Brasil, realizado na semana passada, também na capital paulista.

Uma das prioridades da pauta é o emprego, já que os trabalhadores estão preocupados com as consequências nocivas da nova legislação trabalhista. .

Os representantes dos trabalhadores abordaram ainda o fechamento das agências. Somente em 2017, 414 agências foram fechadas.

Os sindicalistas cobram a contratação de novos funcionários para acabar com a sobrecarga de trabalho e defendem que as novas contratações também sejam feitas pela CLT, garantindo os direitos trabalhistas dos empregados, inclusive os que estão previstos na Convenção Coletiva de Trabalho da categoria.

Segundo os representantes do banco, os novos funcionários têm sido contratados nos mesmos parâmetros dos bancários mais antigos.

 

Avaliação no atendimento

 

Outro tema debatido foi a implantação do programa Smart, no qual o cliente avalia o contato com o banco por meio de SMS.  O Bradesco garante que a ferramenta tem por objetivo punir o bancário, mas sim apoiar.

Informou ainda que, no caso de um atendimento de Não conformidade (N),  só será gerado impacto no programa de objetivos (POBJ) na segunda vez que isto ocorrer e que a avaliação negativa não impacta no POBJ.

 

Sindicatos rebatem

 

O movimento sindical denunciou ao banco que, na realidade, o Smart “está sim, sendo usado para punir segundo denúncias dos funcionários. Em alguns locais de trabalho, gestores têm até feito ameaças de demissão, por isso, os sindicalistas cobraram do banco uma reorientação da área comercial, para impedir a pressão e o assédio moral.

“O banco confirmou que o bancário não sabe qual cliente deu a não conformidade e que não é dado ao funcionário o direito de defesa. O que é muito ruim, pois o bancário pode ter se atrapalhado na hora de informar qual cliente foi contatado. Destacamos a importância dessa questão ser revista”, explicou a presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira.

 

Exposição e ranqueamento

 

Outro item abordado pelos sindicalistas foi o ranking das não conformidades. Os sindicatos lembram que a Convenção Coletiva de Trabalho proíbe qualquer tipo de exposição dos bancários com ranqueamento.

“Cobramos do banco o cumprimento da Convenção Coletiva e que a direção do Bradesco corrija a postura dos RHs que estão descumprindo o acordo coletivo”, disse a diretora do Sindicato do Rio, Nanci Furtado.

Outro tema tratado na reunião foi o caso dos empregados com altas do INSS, após um período de aposentadoria por invalidez e de seu retorno e acolhimento ao local de trabalho. Segundo os bancários, muitos não sabem aonde se apresentar, pois o local de trabalho se encontra fechado, devido a redução cada vez maior de agências.

Os demais pontos da minuta específica serão debatidos nas próximas negociações, cujas datas ainda não foram confirmadas.

 

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