Quarta, 13 Junho 2018 18:21

DÁ PARA AVANÇAR MAIS - Financiários garantem reposição das perdas e a ultratividade

NEGOCIAÇÃO POSITIVA - O diretor do Sindicato do Rio, Sérgio Menezes (de vermelho, o quarto à esquerda) participou da mesa de negociação dos financiários, em São Paulo NEGOCIAÇÃO POSITIVA - O diretor do Sindicato do Rio, Sérgio Menezes (de vermelho, o quarto à esquerda) participou da mesa de negociação dos financiários, em São Paulo

Na segunda rodada de negociação, na última terça-feira, 12 de junho, em São Paulo, os financiários garantiram a reposição das perdas pelo INPC, de 1,76%, para os salários e demais verbas econômicas. Nas próximas rodadas será debatida a reivindicação de aumento real de 5% - mesmo índice dos bancários –  e que as financeiras e bancos têm todas as condições de atender, devido aos seus altos lucros.
Participaram da rodada dirigentes da Contraf-CUT e de diversos sindicatos, entre eles o do Rio de Janeiro representado pelo diretor Sérgio Menezes. Também foi debatida uma cláusula importante a ser incluída na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), que considera como financiários, todos os empregados que trabalham em financeiras, mas que são considerados, por muitas, como comerciários. Estão incluídos neste caso, os que concedem crédito em lojas e concessionárias.
CCT e PLR
A Fenacrefi se comprometeu a manter as regras da CCT atualmente em vigor durante a negociação, até que um novo acordo seja fechado, a chamada ultratividade, uma reivindicação considerada prioritária por toda a categoria, e3 que está ameaçada pelas novas regras trabalhista. A vitória já na segunda rodada de negociação, mostra que é possível preservar direitos, garantir as cláusulas da CCT e direitos previstos na CLT – Consolidação das Leis do Trabalho – mesmo com as novas regras válidas após a aprovação da Reforma Trabalhista. Além da pressão feita pelos sindicatos e da mobilização da categoria, a insegurança jurídica dos patrões – advogados têm alertado sobre incertezas geradas pelas mudanças nas leis que podem gerar um grande passivo trabalhista para as empresas, pode pesar em favor dos trabalhadores. A incerteza política, diante de eleições presidenciais e parlamentares de difícil previsão e com possibilidade real de uma vitória do campo progressista devido à falta de um candidato que traga confiança ao mercado, também poderá deixar os patrões numa situação mais defensiva.  
Para Sérgio Menezes, a rodada apresentou avanços, mas é preciso ir além, o que dependerá da mobilização da categoria. “Temos agora que lutar pelo aumento real para salários, vales, auxílios e participação nos lucros. É preciso garantir todos os direitos previstos na Convenção Coletiva”, resumiu o dirigente.
A mesa debateu ajustes na cláusula da PLR, para contemplar questões fiscais, de forma a abranger o exercício do ano. Não haverá impactos nos valores a serem pagos aos trabalhadores. Em função dos jogos da Copa do Mundo, a próxima rodada de negociação será realizada na primeira semana de julho.

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