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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
Com informações da CUT
Itaú Unibanco, Bradesco e Santander, os três maiores bancos privados do país, e mais o Banco do Brasil fecharam milhares de agências físicas de março de 2021 a março de 2022. Somente no final de 2021, o Brasil registrou 18.302 agências bancárias. São 2.351 a menos do que o registrado no início da pandemia, segundo dados do Banco Central (BC). O resultado não poderia ser pior: além de demitir bancários em massa, quem continua trabalhando nos bancos está sobrecarregado e não consegue atender à demanda crescente e ainda sofre com o aumento da pressão e do assédio moral por metas desumanas. Os clientes e usuários também pagam caro pela absoluta falta de compromisso social do setor financeiro, com um atendimento cada vez mais precário e mais tempo nas filas.
Os bancos avançam com a plataformas virtuais e empurram os clientes para os novos meios de atendimento e para correspondentes bancários para reduzir custos e lucrar ainda mais.
“Os bancários e bancárias estão adoecendo com esta política desumana dos bancos, que continuam batendo recordes de lucros em plena recessão econômica do país, reduzindo despesas à custa do emprego e da saúde da categoria. A sociedade precisa exigir o controle social do sistema financeiro, que cobra os maiores juros do mundo, explora seus empregados e desrespeita a população”, disse a vice-presidenta do Sindicato dos Bancários do Rio Kátia Branco.
Só o Bradesco já dispensou no município do Rio de Janeiro, mais de 200 trabalhadores.
Tudo por dinheiro
As três maiores instituições financeiras privadas do país lucraram juntas, R$ 18,1 bilhões no primeiro trimestre de 2022. Somados aos R$ 6,6 bilhões do Banco do Brasil – que é público, mas de capital aberto – os ganhos do período saltam para R$ 24,7 bilhões.
“Quando se tem um governo inteiramente subserviente ao cartel dos bancos e aos grandes empresários e com total desprezo aos trabalhadores e ao povo brasileiro a exploração é ainda maior e o nosso país fica nesta situação com a economia impedida de crescer”, acrescenta a sindicalista.
Os bancos apostam no atendimento virtual, principalmente pelo celular e em correspondentes bancários. O resultado é a piora do atendimento aos clientes nas agências.
Governo agrava a crise
Mesmo após o período de pico da crise da pandemia da covid-19 os bancos continuaram a extinguir agências e demitir trabalhadores.
“O Brasil não aguenta mais este modelo econômico em que somente a especulação ganha rios de dinheiro e toda a sociedade perde, o setor produtivo e principalmente os trabalhadores que além das demissões, sofrem com o crescimento da informalidade, que gera um trabalho ainda mais precário e sem direitos e com a perda da renda média corroída com a inflação galopante. O governo Bolsonaro é um desastre”, conclui Kátia.