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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
Matéria publicada no G1 nesta quarta-feira (4) revela que a elevação da inflação fez a nossa moeda, o real, perder 31,3% de 2017 a 2022 em seu valor e poder de compra. Mesmo com o Banco Central elevando as taxas básicas de juros (Selic), as maiores do mundo (o Brasil só é superado pela Rússia em função das sanções dos EUA e potências ocidentais por causa da guerra na Ucrânia), o governo Bolsonaro não consegue conter a alta dos preços que vem derrubando a média da renda das famílias brasileiras.
O levantamento aponta que o trabalhador com o mesmo valor consegue comprar apenas um terço do que comprava em 2017. O período representa o primeiro ano da economia durante o governo Temer e os três anos e cinco meses da gestão do atual presidente, Jair Bolsonaro.
Inflação sobe, renda cai
A inflação deu um salto com a economia sob a batuta do ministro Paulo Guedes: Nos 12 meses até março deste ano, o IPCA saltou 11,3%. Em 2021, o crescimento foi de 10,06% e em 2018, ainda sob o governo Temer, a inflação foi de 3,75%.
“Quem mais sente o descontrole da inflação são os mais pobres, que não têm como recorrer à economias feitas ou investimentos, mas vivem para comer e pagar as despesas, no entanto, toda a classe média está sofrendo com o endividamento. Este governo é uma tragédia”, disse Kátia Branco, vice-presidenta do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro.
Em entrevista ao G1, o economista Fabio Louzada, analista CNPI e CEO da escola Eu Me Banco, disse que o brasileiro parece "sentir mais" o peso da inflação porque vivemos "o pior cenário em termos de inflação versus reajuste de salários."
"É claro que a pandemia e a guerra da Ucrânia influenciam na economia de nosso país, mas a instabilidade política com os arroubos de Bolsonaro contra a democracia gera incertezas nos mercados. A péssima gestão na crise sanitária atrasou o retorno à normalidade e a política econômica de Paulo Guedes de aumentar os juros e arrochar salários é recessiva”, acrescenta Kátia.
A renda média dos brasileiros no último trimestre de 2021 foi de R$ 1.378 em regiões metropolitanas. É o menor valor da série histórica do boletim Desigualdade nas Metrópoles, iniciada em 2012, mesmo com aumento da população ocupada.