Terça, 03 Mai 2022 16:47
FÓRUM SOCIAL MUNDIAL

Controle de jornada é um dos principais problemas do teletrabalho

A segunda das três oficinas da Contraf-CUT no FSM irá abordar a atuação dos sindicatos no combate à violência de gênero, nesta quarta-feira (4), às 10h
As negociações coletivas sobre o teletrabalho foi tema da primeira oficina dos bancários no Fórum Social Mundial 2022 As negociações coletivas sobre o teletrabalho foi tema da primeira oficina dos bancários no Fórum Social Mundial 2022 Imagem: Agência Brasil

Imprensa SeebRio

Com informações da Contraf-CUT

 

A negociação sobre o teletrabalho passa por alguns pontos essenciais, como o controle eficaz da jornada de trabalho e o pagamento de horas extras quando devidas, apontados como principais problemas para os bancários nesta nova modalidade para o exercício da atividade profissional. A responsabilização do empregador no fornecimento de equipamentos, condições adequadas de trabalho e em relação à saúde e segurança; a garantia de direitos equiparados aos de trabalhadores presenciais, incluindo acesso à informações e oportunidade de promoção; a implementação e melhoria de canais de gestão do home office e o pagamento de um auxílio mensal também estiveram entre as questões da oficina “Teletrabalho – A Experiência dos Bancários e a Negociação Coletiva”, a primeira das três participações da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) no Fórum Social Mundial 2022, nesta terça-feira (3). O evento acontece desde o dia 1º de maio e segue até o próximo dia 6. O FSM deste ano tem eventos presenciais na Cidade do México, atividades híbridas e outras totalmente online.

Avanços nas negociações

A técnica da subseção do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) da Contraf-CUT, Vivian Machado, fez um histórico das negociações entre o Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) desde o início da pandemia da covid-19.
“A negociação, iniciada assim que a pandemia foi decretada, com a reivindicação de adoção do teletrabalho para a categoria e de medidas protetivas para quem ficou nas agências mostrou-se acertada. Contudo, não se fechou uma cláusula sobre o tema a ser mantida na CCT dos bancários. Definiu-se que a negociação seria por banco. Alguns já finalizaram esse acordo, mas, apenas um banco já está cumprindo com suas cláusulas, antes mesmo do final da pandemia”, explicou.

Olhar crítico

O secretário de Assuntos Socioeconômicos da Contraf-CUT, Walcir Previtale, lembrou que a pandemia da covid-19 acelerou o processo do teletrabalho, uma tendência que já começava a se estabelecer em empresas do mundo inteiro.

“O nosso propósito é fazer um comparativo entre a situação do teletrabalho nos países para mostrar que a gente precisa ter um olhar crítico que fortaleça o processo de negociação coletiva do teletrabalho”, declarou.

Participação dos trabalhadores

Patricia Plada, da Associação dos Empregados Bancários do Uruguai, lamentou o fato de os trabalhadores não terem participado da regulamentação do teletrabalho no Uruguai.

“Com isso, muitos dos interesses dos trabalhadores ficaram de fora da lei, como o controle da jornada, o principal problema que enfrentamos atualmente”, destacou, defendendo a participação dos empregados na negociação coletiva.

Resgate da solidariedade

Claudia Ormachea, deputada da Argentina e secretária nacional dos Direitos Humanos, Gênero e Igualdade de La Bancária, defendeu a união da classe trabalhadora para “buscar a redução da jornada laboral, para permitir que as pessoas recuperem o tempo de vida perdido com tudo o que significou a pandemia”. Para ela, o sentimento de solidariedade dos trabalhadores também precisa ser resgatado.

“Quando o valor do coletivo se recupera, ele não se perde mais. Isso é uma responsabilidade da organização sindical. Temos que mirar isso no pós-pandemia. Não consigo imaginar um país como a Argentina, sem sindicatos”, concluiu.

 

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