Levantamento sobre índice de infestação do Aedes aegypti aponta estado de alerta no Rio
Vasos de plantas, pingadeiras e bebedouros são os criadouros mais comuns do mosquito
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Rio - O primeiro Levantamento de Índice Rápido de Infestação do Aedes aegypti (LIRAa) de 2022, realizado entre o dia 4 e 8 de abril, revelou que a cidade do Rio de Janeiro se encontra em situação de alerta para as arboviroses. O índice de infestação predial (IIP) pelo mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya foi de 1,1% o colocando em situação de alerta, que ocorre quando o IIP está na faixa entre 1% e 3,9%.
O LIRAa é uma metodologia de trabalho em que o município é dividido em estratos, que determina o número de imóveis. Os quarteirões são selecionados por um software, no qual indica quantos e quais quarteirões serão trabalhados. Em cada localidade, é pesquisada uma, a cada cinco residências.
Os estratos com índices de infestação predial inferior a 1%, não apresentam risco. Já aqueles com índice de infestação entre 1% e 3,9% são considerados como situação de alerta. O risco de surto de dengue ocorre quando o índice de infestação é maior que 4% dos imóveis pesquisados.
"Essa é uma ferramenta de planejamento muito importante, para que as ações de controle das arboviroses sejam reforçadas nos locais onde há maior incidência do vetor. Com a pandemia da covid-19 controlada, pudemos liberar os recursos da secretaria para a retomada de outras ações relevantes para a saúde pública, como o combate ao Aedes aegypti. Desde março, neste período de chuvas e calor, que contribuem para a maior incidência dessas doenças, intensificamos as ações de campo e de orientação da população sobre as formas de controle do mosquito. Para que a prevenção das arboviroses seja eficiente, é fundamental o envolvimento de todos", disse o secretário municipal de Saúde, Rodrigo Prado.
No primeiro LIRAa pós-pandemia, 97.283 imóveis passaram por inspeção em 248 estratos em toda a cidade. Desse total de estratos, mais da metade, 132, estavam com IIP “satisfatório” (menor que 1% das amostras); 110 na faixa de “alerta” (de 1% a 3,9% das amostras); e apenas seis na classificação de “risco” (infestação acima de 3,9% das amostras). Os estratos na faixa de risco estão em parte dos bairros de Gamboa e Cidade Nova, Campinho e Madureira, Campo Grande, Guaratiba, Pedra de Guaratiba, Cosmos, Paciência e Santa Cruz, que terão reforço das ações da SMS-Rio para o controle do vetor.
Foi constatado através do levantamento que os criadores do Aedes aegypti continuam predominantemente nas residências e imóveis particulares, onde quase 30% dos focos estavam em depósitos móveis como vasos/frascos com plantas, pingadeiras, recipientes de degelo de geladeiras, bebedouros e objetos religiosos. A orientação é realizar a limpeza semanalmente, pelo menos uma vez, com bucha ou esponja, esfregando as paredes do recipiente.
O último LIRAa no município do Rio havia sido realizado em fevereiro de 2020, quando o IIP encontrado pelos agentes de vigilância ambiental foi de 1%, resultado já na faixa de “alerta”. Depois disso, por recomendação do Ministério da Saúde aos municípios, o levantamento foi suspenso em todo o Brasil, devido aos riscos de contágio da covid-19 e para reduzir a circulação nas cidades para prevenção da doença, além da necessidade de se concentrar recursos no controle da pandemia.