Quarta, 11 Abril 2018 00:00

ENTREGA DE PATRIMÔNIO - Governo Sartori vende ações do Banrisul a toque de caixa

Numa assembleia que durou apenas dez minutos, na tarde desta terça-feira (10), o governo do Rio Grande do Sul, sob o comando de José Ivo Sartori (MDB) entregou as ações do banco estadual Banrisul. O que ainda restava de ações preferenciais foi cedido por R$ 485 milhões, bem abaixo do valor de mercado.
O diretor da Fetrafi/RS, Carlos Augusto Rocha, disse que vai entrar na Justiça com uma liminar contra o resultado do leilão. O objetivo é suspender os efeitos da assembleia geral, aparentemente já decidido antes, pelos bastidores. “Foi apenas uma assembleia pró-forma para legitimar uma ação do governo Sartori, que é dilapidar o Banrisul”, disse o sindicalista.
Essa vergonhosa entrega de um patrimônio público ao apagar das luzes do governo gaúcho comprova a que interesses Sartori serve: os do empresariado. O estado fica com apenas 50,6% do capital total do banco, que no ano passado lucrou mais de R$ 1 bilhão.
O motivo de maior questionamento foi a rápida assembleia, onde os acionistas aceitaram abrir facilmente o capital do setor de cartões, levando a crer que já existia um acordo firmado antes, ignorando a necessidade de transparência nas negociações.
Na posição de acionista do banco, Rocha juntamente com a Fetrafi/RS e o SindBancários deram início a um processo judicial no final de março, com o objetivo de defender os interesses dos banrisulenses e preservar a transparência em relação ao processo de vendas de ações do banco público gaúcho.
IPO Banrisul cartões
O banco pretende fazer o lançamento inicial de ações (IPO) de maneira primária (com aumento de capital) ou secundária (vendendo as ações que já possui). Nesta investida, o Banrisul permanecerá com a totalidade das ações ordinárias (com direito a voto) da subsidiária.

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