Quarta, 11 Abril 2018 00:00

DE OLHO NA PRIVATIZAÇÃO - Temer corta da saúde dos empregados para engordar lucro da Caixa

Mesmo envolvido em múltiplas denúncias de corrupção, Michel Temer (MDB) mantém firme o seu propósito de privatizar a Caixa Econômica Federal. A mais recente investida neste sentido foi o corte da participação do banco no custeio do Saúde Caixa, piorando os serviços prestados pelo plano.
O objetivo foi engordar o lucro da Caixa para torná-la mais atraente aos bancos privados. O corte veio em decorrência das mudanças feitas no estatuto da estatal em dezembro último, entre elas, a que fixou o limite de 6,5% da folha de salários com as despesas relativas a assistência à saúde dos empregados. Com o teto, a provisão de R$ 5,2 bilhões do balanço referente ao plano se somou ao lucro que, com a retirada de outras despesas atingiu, ano passado, R$ 12,5 bilhões, valor 202,6% maior que o do ano anterior.
Medida covarde
Mais uma prova da intenção de Temer é o fato de que, pela legislação, ao menos 25% do lucro devem ir para o Tesouro Nacional como dividendos. No entanto, já foi anunciado que o Tesouro deixará o recurso para capitalizar a Caixa. “Mais este ataque aos direitos dos empregados vai piorar o atendimento do Saúde Caixa que já vem caindo de qualidade, além de significar que, mais à frente, o funcionalismo da empresa terá que aumentar a sua participação no custeio”, alertou o vice-presidente do Sindicato, Paulo Matileti.
Matileti lembrou que conforme prevê o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) vigente até agosto de 2018, 70% das despesas assistenciais do Saúde Caixa são de responsabilidade da Caixa e 30% dos empregados, sendo os demais custos arcados 100% pela patrocinadora. Com a inclusão do teto para gastos da Caixa, à medida que as despesas médicas forem aumentando e extravasarem o limite dos 6,5% da folha, as cobranças sobre os usuários vão aumentar.
O dirigente classificou, ainda, a medida do governo Temer, de covarde, por atacar um direito essencial ao trabalhador que é o direito à saúde. E lembrou que, a privatização, objetivo da mudança, vai gerar a perda dos empregos da Caixa e o fim de suas funções sociais, prejudicando toda a população.

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