Sexta, 06 Abril 2018 00:00

Brasil vai às ruas contra prisão do ex-presidente Lula e em defesa da democracia

Protestos de rua, greves e interrupções de vias importantes se espalharam, nesta sexta-feira (6/4) por todo o país a partir da decretação da prisão do ex-presidente Lula, feita pelo juiz Sérgio Moro. No Rio de Janeiro uma grande passeata percorreu a avenida Rio Branco, a partir das 18 horas, em direção à Cinelândia.

Estavam presentes à manifestação carioca, representantes de vários movimentos de mulheres, negros, sem-terra, sindicatos, como o dos Bancários e centrais sindicais, além de parlamentares e dirigentes de partidos de esquerda, entre eles do PT, PCdoB, PSOL, PDT, PSB e PCB. Durante o protesto, chegou a informação de que os metalúrgicos da Volksvagem e da Mercedes, haviam entrado em greve contra a prisão do líder petista.

Freixo: decisão judicial é inaceitável

Desde a noite de quinta-feira, Lula está na sede do Sindicato dos Metalúrgicos, em São Paulo, onde mais de 15 mil manifestantes também estão concentrados em apoio ao ex-presidente. A ordem de prisão decretada pelo juiz Sérgio Moro ignorou o direito da defesa de Lula de recorrer ao Tribunal Federal de Justiça da 4ª Região.

O deputado Marcelo Freixo (PSOL), classificou como inaceitável a decisão judicial. “A prisão de Lula é mais uma etapa do golpe que começou com o impeachment, sem provas, da presidente Dilma, e que tem como objetivo impedir que Lula se candidate, afastando a possibilidade de ser retomado um projeto popular e democrático, visando eleger um candidato que dê continuidade à retirada de direitos e à escalada do autoritarismo e do fascismo no Brasil”, advertiu Freixo.

Ataque à democracia

O vereador Leonardo Giordano (PCdoB), alertou que a prisão sem provas de Lula é uma violência contra o povo brasileiro e a democracia. “A elite do país quer visivelmente impedir que dispute as próximas eleições o candidato que está à frente em todas as pesquisas, contando, portanto, com amplo apoio popular. O candidato que assegurou o acesso à universidade a milhares de jovens pobres, que garantiu a casa própria a juros baixos, que tirou milhões de pessoas da miséria”, frisou o parlamentar.

Heloísa Guimarães da Frente Povo Sem Medo, afirmou que o Judiciário tem lado. “E é o lado da elite brasileira que perdeu as últimas três eleições e não quer perder mais uma para poder dar continuidade ao seu projeto antipopular imposto por Temer. Vimos o Aécio Neves (PSDB-MG) ser acusado de corrupção por diversas vezes, inclusive, ter sido gravado ameaçando matar o próprio primo e não ser preso, enquanto Lula querem prender sem provas”, argumentou.

A diretora do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde, Cristiane Gerardo, lembrou que o prefeito de Itaguaí Carlo Busatto Júnior (PMDB), condenado em segunda instância desde 2016, continua solto e no cargo de prefeito, executando uma política perversa contra a população da cidade. “Acabou com escolas, abandonou hospitais, enquanto Lula estão querendo prender porque defende os pobres deste país”, afirmou. E completou: “Muito nos orgulha o fato de Lula continuar resistindo a esta ordem ilegal, porque o faz em nome do povo que o quer eleger mais uma vez. Temos este direito”, disse.

Manifestações pelo país

Além da passeata do Roo e da manifestação em torno do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo (SP), milhares de pessoas foram às ruas em todas as principais cidades do país. Segundo Lúcia de Souza, do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), mais de 15 mil trabalhadores sem-terra ocuparam pelo menos 50 pontos de rodovias importantes do país.

Segundo levantamento, houve atos em repúdio à prisão de Lula em Brasília, e em ao menos 22 estados: Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins.

Mídia