Quarta, 21 Março 2018 00:00

Aos 94 anos, morre Luiz Viégas, importante dirigente sindical bancário

O Sindicato lamenta a morte de Luiz Viégas da Mota Lima, 94 anos, fundador e presidente da Federação dos Empregados em Estabelecimentos Bancários do Rio e Espírito Santo (Feeb RJ/ES), hoje Fetraf RJ/ES. Filiado ao Partido Comunista Brasileiro, Viégas foi um líder sindical importante, especialmente na década de 1960. Participou de três gestões na direção do Sindicato e comandou a Associação de Aposentados do Banco do Brasil.
Carreira
No ano de 1943, entrou para o Banco do Brasil, num período de guerra e mobilização nacional. Depois de dois anos afastado das atividades sindicais, retomou sua participação em 1946, na greve dos 19 dias, atuando como integrante da Comissão Sindical de Greve do BB, o que lhe custou a prisão pela então Polícia Central.
Golpe Militar
Em 1963, quando completou vinte anos de atuação sindical, sempre aberto ao diálogo, Viégas colocou o Sindicato acima de ordens ideológicas, afirmando que a entidade não deveria ser partidária, apesar do dever de fazer política. Viégas participou ativamente da greve geral de 24 horas, em 1963, pelas reformas de base, durante o governo de João Goulart. A greve geral foi uma demonstração inequívoca da força dos trabalhadores que se uniram em todos os estados. No ano de 1964, durante o golpe militar, Viégas teve a perda de seus direitos políticos, foi demitido do BB, e também esteve na primeira lista de caçados daquele ano, juntamente com Leonel Brizola e Miguel Arraes, além de outros.
Clandestinidade
Mesmo exilado e clandestino, Viégas colaborou na retomada do Sindicato, que sofreu intervenção federal até do final da década de 1970. Cuidadoso com a memória da luta, colheu inúmeros depoimentos de outros militantes ao longo dos anos. Apesar da idade avançada, participava das lutas do Sindicato. Sua frase marcante “Vida, companheiro, se vive sempre para diante”. Seu corpo foi cremado no último sábado, dia 17 de março.

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