Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) acionou na segunda-feira (4) o Supremo Tribunal Federal (STF) para que a Corte solicite à Procuradoria-Geral da República (PGR) a abertura de uma investigação contra o ministro da Economia, Paulo Guedes e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Os dois banqueiros ocupam cargos estratégicos na direção das políticas cambial e econômica no Governo Bolsonaro e podem ter acumulado uma fortuna com offshores que possuem em paraísos fiscais, beneficiados pela atual política de alta do dólar e desvalorização da moeda brasileira, o real, uma das principais causas da explosão inflacionária, mesmo com recessão, o que resultou na alta dos preços de alimentos, combustíveis, gás de cozinha, energia elétrica e no endividamento recorde das famílias em setembro, o maior em 21 anos (74%).  

O parlamentar disse em seu Twitter que, além da notícia-crime, vai solicitar a presença de Guedes e de Campos Neto na Casa Legislativa para prestar os devidos esclarecimentos. Randolfe afirmou, ainda, que, enquanto o povo sofre com as consequências do dólar alto, Guedes e Campos Neto acumulam "lucro milionário" no exterior e os dois estão sendo beneficiados com a alta do dólar enquanto o povo brasileiro sofre com uma das mais graves crises da história.

Explicações no parlamento

A Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (5), a convocação de Guedes para explicar seus investimentos em paraísos fiscais, através da offshore, já que ambos é que determinam a política econômica do Brasil, marcada no atual governo pela alta do dólar, que resulta em maior faturamento nestes tipos de manobras especulativas.  A convocação foi feita pelos deputados federais Kim Kataguari (DEM-SP) e Paulo Ramos (PDT). A data da audiência ainda não foi marcada. O parlamentar pedetista disse que “não está claro qual foi a atividade da offshore e nem como o atual ministro da Economia está sendo gerida desde a nomeação de Gudes no Ministério, o que pode confirmar o conflito de interesses,  

A Procuradora Geral da República (PGR) e o Senado também querem que Guedes e Campos Neto, presidente do Banco Central, expliquem seus investimentos especulativos em paraísos fiscais. O procurador geral Augusto Aras, marcado por não investigar denúncias que prejudiquem o Governo Bolsonaro, disse que vai pedir informações ao ministro e ao presidente do BC. Os dois estariam infringindo o artigo 5º do Código de Conduta da Alta Administração Federal, que “proíbe funcionários do alto escalão de manter aplicações financeiras, no Brasil ou no exterior, passíveis de serem afetadas por políticas governamentais”, sobre as quais “a autoridade pública tenha informações privilegiadas, em razão de cargo ou função”, podendo sofrer advertência ou mesmo a demissão do cargo público que ocupam.