O Sindicato parou na semana passada, agências do Itaú e do Santander, em protesto contra as medidas dos dois bancos prejudiciais aos bancários, em consequência das brechas da nova legislação, com a aprovação da Reforma Trabalhista, pelo governo Michel Temer. Os bancários do Itaú fizeram um grande protesto nacional na quinta-feira (1/2). Houve paralisações de agências e grandes prédios de norte a sul do país.
No Rio de Janeiro, pararam as agências da Avenida Rio Branco. Os diretores do Sindicato distribuíram jornais aos bancários explicando as novas regras e convocando-os a engrossar a luta contra a sua aplicação. A gestão operacional do Centro da Cidade, chegou a chamar a polícia para pressionar os bancários a entrar para trabalhar, voltando atrás ao ver que não alcançou seu objetivo de esvaziar o movimento. Em São Paulo a paralisação foi no Centro Técnico Operacional (CTO).
Procure o Sindicato
A reforma trabalhista de Temer, aprovada pelo Congresso Nacional, extingue uma série de direitos. Um deles, o Itaú anunciou que vai implementar: o fim da obrigatoriedade de a rescisão ser analisada e homologada pelos sindicatos. “Vamos continuar lutando contra esta alteração absurda que impede a conferência dos valores e a garantia de que todos os direitos dos bancários estão sendo respeitados”, afirmou a presidenta do Sindicato, Adriana Nalesso. Esta mudança vai impedir ainda a reversão de demissões de funcionários com estabilidade.
“A nossa orientação é que os bancários demitidos procurem de imediato o Sindicato para garantir seus direitos. Muitos, inclusive, estão doentes e, pela lei, não podem ser dispensados. A conferência é feita por técnicos do Sindicato e as dúvidas jurídicas sanadas por advogados”, explicou Adriana Nalesso. Lembrou que, muitas vezes, a rescisão é feita, porém, com ressalvas, o que fica inviabilizado no caso de não haver conferência no Sindicato.
Termo de Compromisso
A dirigente argumentou que só a mobilização nacional dos bancários será capaz de impedir a retirada de direitos. Em dezembro o banco havia tentado, também, promover alterações com relação à definição da data e período de férias, mas o movimento sindical conseguiu reverter a mudança.
A dirigente lembrou que, graças à assinatura da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) por dois anos, a categoria terá seus direitos garantidos até 31 de agosto. Porém, com a reforma, estes direitos deixariam de valer a partir de então. “Esta nova regra é uma ameaça a conquistas obtidas durante décadas pelos bancários. Justamente por isto, nossa principal luta na campanha é pela assinatura de um Termo de Compromisso com a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) que garanta estes direitos”, acrescentou Adriana.