Segunda, 19 Março 2018 00:00

Intervenção para que, general?

O Sindicato protesta contra a execução da vereadora Marielle Franco (PSOL) e, junto com a sociedade, clama por justiça. O tempo mostrou, com mais presteza do que se imaginava, que a intervenção militar no Rio é ineficiente e desnecessária. E que esta medida poderá representar o recrudescimento da violência, a que parte do próprio Estado.
Marielle é hoje o símbolo da resistência e de uma realidade dura de mulheres, de negros e negras, que morrem quase todos os dias, na guerra particular entre policiais e traficantes.
Quem matou? Por que matou? São perguntas que exigem respostas.
Mas há um questionamento que vai além do caso que tirou a vida de uma militante guerreira da causa negra e social e que chocou e repercutiu no mundo inteiro: por que se mata tanto no Rio de Janeiro? E por que as maiores vítimas são negros e pobres?
A intervenção se faz necessária. Mas não a das armas e dos tanques. Esta foi imposta durante 20 anos pela ditadura militar e o problema social e da segurança pública só se agravaram.
A intervenção que o povo precisa e a mídia nunca clama, é a social. A da escola de horário integral, da saúde pública de qualidade, da geração de emprego e renda, do direito à moradia e ao trabalho. Da justiça social.
O povo do Rio de Janeiro pergunta: intervenção militar para que, general?

Mídia