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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
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Imprensa SeebRio
O general da ativa e ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, mentiu inúmeras vezes à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Genocídio, em depoimento nesta quarta-feira (19/5). Chegou a negar fatos públicos, divulgados amplamente pela mídia, como a declaração de que nunca foi desautorizado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em relação a medidas relativas à pandemia da covid-19.
A verdade, no entanto, é que foi desautorizado seguidas vezes. Negou, inclusive, a mais conhecida de todas, quando, em outubro do ano passado, o presidente ordenou publicamente o cancelamento da compra de doses da vacina CoronaVac, que havia sido anunciada pelo general em reunião com governadores. A contratação evitarias milhares de mortes.
No mesmo dia em que o então ministro da Saúde anunciou em reunião com governadores acordo para a compra de 46 milhões de doses da CoronaVac, imunizante desenvolvido pela chinesa Sinovac e fabricado no Brasil pelo Instituto Butantan, o presidente afirmou nas redes sociais que a “vacina chinesa” não seria comprada. “O presidente sou eu, não abro mão da minha autoridade. Até porque estaria comprando uma vacina que ninguém está interessado por ela, a não ser nós”, afirmou Bolsonaro.
O depoimento continua. Assista clicando aqui.
TCU desmente Pazuello
Outra mentira, a de que o governo não deixou de responder à proposta da Pfizer para o fornecimento de 70 milhões de doses da vacina baseado em parecer do Tribunal de Contas da União (TCU) foi desmentida pelo próprio Tribunal, através de documento oficial enviado à CPI durante o depoimento. Pego em flagrante, Pazuello disse que se ‘equivocou’ e que o parecer havia sido produzido pela Advocacia Geral da União (AGU) e pela Controladoria Geral da União (CGU).
Os dois órgãos, no entanto, emitiram parecer favorável, à época, afirmando que a assinatura dos contratos ‘se mostram viáveis’, e que ‘não há óbices jurídicos intransponíveis, necessitando, contudo, de edição de previsão legislativa’. O governo Bolsonaro, no entanto, não tomou qualquer iniciativa para resolver a questão, como a edição de medida provisória, que garantiria a contratação de 70 milhões de vacinas da Pfizer, evitando a morte de milhares de pessoas vitimadas pela covid-19 em função do boicote à imunização.
O ex-ministro mentiu, também, ao dizer que não deixou sem resposta, por sete meses, a proposta da Pfizer de entrega das 70 milhões da vacina. "Respondemos a Pfizer inúmeras vezes. Nunca fechamos a porta", mentiu. Garantiu à CPI que discutiu com a Pfizer "initerruptamente”, mas que havia problemas, segundo ele, em questões técnicas e de logística. “Nós respondemos inúmeras vezes.”
A afirmação de Pazuello desmente o depoimento do gerente do laboratório para a América Latina, Carlos Murilo, e o ex-secretário de Comunicação da Presidência, Fabio Wajngarten. O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD), sugeriu que haja acareações sobre o assunto.
Em depoimento à CPI da Covid, Carlos Murillo, afirmou no dia 14 último, que a Pfizer não recebeu qualquer resposta do governo sobre a proposta de venda das 70 milhões de vacinas contra a covid-19, em agosto do ano passado. “Essa proposta permitiria vacinar milhões de brasileiros e especificava um prazo para o governo nos responder. Mas nós nunca recebemos uma resposta formal do governo brasileiro, nem pelo sim nem pelo não”, disse o executivo da Pfizer na CPI.