Sexta, 16 Março 2018 00:00

Aos 94 anos, morre Luiz Viégas

O Sindicato lamenta a morte de Luiz Viégas da Mota Lima, 94 anos, filho do jornalista Pedro Mota Lima. Fundou e presidiu a Feeb RJ/ES, e também comandou a Associação de Aposentados do Banco do Brasil e do Brasil. Foi bastante ativo no movimento sindical, especialmente na década de 1960. Marcado para amanhã (17), o velório Viégas ocorrerá às 16h, na capela 6 do Memorial do Carmo, no Caju. Em seguida seu corpo será cremado.

Carreira

No ano de 1943, entrou para o Banco do Brasil, num período de guerra e mobilização nacional. Porém, após dois anos longe de atividades sindicais, voltou para o Sindicato através de seu amigo de banco, Newton Sampaio. Em 1946 participou da greve dos 19 dias, atuando como integrante da Comissão Sindical de Greve do BB, e na porta do banco chegou a ser detido e preso por algumas horas, posteriormente, na Polícia Central.

Auge

Seu ápice foi na década de 60, em específico, no ano de 1963, quando completou vinte anos de atuação sindical. Viégas sempre esteve aberto ao diálogo, e também colocou o Sindicato acima de ordens ideológicas. Também afirmava que o Sindicato jamais deve ser partidário, apesar do dever de fazer política. Viégas participou ativamente da greve geral de 24 horas, em 1963, pelas reformas de base. Nesse dia tudo parou pelas capitais e principais cidades brasileiras, numa demonstração histórica de união dos trabalhadores.

Já secretário-geral da CONTEC e presidente da Federação da Guanabara, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Organizou o Congresso Nacional de Bancários, realizado em Salvador.

Golpe Militar

No ano de 1964, durante o golpe militar, Viégas teve a perda de seus direitos políticos, foi demitido do banco, e também esteve na primeira lista de caçados daquele ano, juntamente com Brizola e Arraes, além de outros.

Sempre lutando pelas reivindicações, na luta pela conquista e preservação da liberdade, teve papel importante na conquista de novos direitos e na ampliação dos já conquistados.

Recentemente

Exilado e clandestino, colaborou na retomada do Sindicato, cuidando da memória também. Colhia depoimentos de outros militantes ao longo dos anos, e mesmo com a idade avançada, sempre acompanhava e compartilhava as lutas do Sindicato. Sua frase marcante “ Vida, companheiro, se vive sempre à diante”, é sua melhor definição como líder bancário.

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