Em depoimento à Comissão da Verdade, no Sindicato, 2013, o ex-presidente do Sindicato Aury Gomes não deixou dúvida sobre como a intervenção militar não tratava os líderes sindicais a pão de ló. Ele e seus companheiros foram presos e torturados em 1964. Eis o seu relato: “No dia 1º de abril, o Sindicato foi invadido por tropas do Exército. Eu e meus companheiros foram presos, levados para o DPOS (Departamento de Ordem Política e Social) e interrogados. Só voltamos ao Sindicato em 1967, e no seguinte com o Ato Institucional número 5, a brutalidade foi maior”, contou.

Mineiro de nascimento, mas carioca de criação, Aury Gomes da Silva iniciou sua carreira no Banco Mineiro da Produção. Em 1950 passou a participar das atividades sindicais. Filiado ao Partido Comunista Brasileiro não vacilou ao ser instado a participar da diretoria do Sindicato em 1964 e também da direção da Contec (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Crédito). Sua luta sindical lhe custou o emprego no Banco Lar Brasileiro, para onde voltou mediante processo judicial.

Retomado o Sindicato e retirado o interventor, mediante eleição, Aury participou como vice-presidente da gestão Ivan Pinheiro (1979/81) e conselheiro de 1982/85, quando Roberto Percinoto comandou o Sindicato. Casado, pai de quatro filhos, três homens e uma mulher.