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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
O presidente Jair Messias Bolsonaro desprezou os riscos da pandemia, promoveu aglomerações, criticou o uso de máscaras, mentiu ao disseminar a ideia de fórmulas milagrosas como cloroquina, ivermectina e spray mágico. O resultado não poderia ser pior: o Brasil torna-se o epicentro da pandemia, com o maior número de mortes em 24 horas por dias seguidos. O governo brasileiro não comprou cerca de 20 milhões de vacina em agosto e setembro porque Bolsonaro insistia em retaliações ideológicas contra a China, maior produtor de vacinas e insumos. Resultado: enquanto grande parte do mundo vê uma diminuição no número de casos e mortes pela Covid-19, o Brasil vive seu maior pico na pandemia.
"Todos reconhecem que há uma situação muito grave no Brasil", disse na terça-feira (6), Anthony Fauci, líder da força-tarefa contra a Covid-19 nos EUA, em entrevista à BBC News.
Agora, sentindo a queda de popularidade, a pressão de parlamentares e preocupado com a eleição presidencial de 2022 que se aproxima, o Palácio do Planalto corre desesperado, buscando ajuda do presidente russo, Vladimir Putin, para conseguir a vacina Sputnik V, que ainda não tem aprovação da Anvisa. A curto prazo não há imunizantes no mercado internacional porque o mundo inteiro correu para salvar a sua população.
Bolsonaro não é responsável pela pandemia, que é mundial, mas poderia ter evitado milhares de mortes, talvez quase metade dos mais de 330 mil brasileiros vítimas do vírus.
Sim, Bolsonaro é culpado
O Dia Mundial da Saúde, comemorado nesta quarta-feira, dia 7 de abril, não poderia ser um momento mais propício para uma reação popular, pelo menos nas redes socais, porque nas ruas tornou-se impossível neste momento, para protestar e cobrar: onde estão as vacinas, Bolsonaro?
O diretor da Secretaria de Saúde do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, Gilberto Leal, repudiou a postura do presidente da República.
“Não adianta Bolsonaro tentar jogar toda a responsabilidade para governadores e prefeitos e ainda culpar o STF. A população tem que cobrar a responsabilidade do presidente. Ele agiu todo o tempo todo contra as vacinas e agora joga os comerciantes contra as medidas de lockdown. Se Bolsonaro tivesse comprado as vacinas e liderado o processo nacional de imunização muitas vidas teriam sido poupadas e a economia sofreria menos danos”, disse.
Gilberto defendeu vacina para todos, já, e os bancários como uma das categorias prioritárias.
“A população não pode cair nessa cilada contra governos estaduais e municipais neste momento, dividindo ainda mais o país. É preciso unir todos os brasileiros e brasileiras para cobrar do governo federal vacinas suficientes e rápido. E a categoria bancária, como serviço essencial, tem que estar entre as prioritárias”, conclui Gilberto.
O vice-presidente da Contraf-CUT Vinícius Assumpção lamentou as mortes que poderiam ser evitadas pelo governo brasileiro.
“Perdemos muitos amigos nesta pandemia, inclusive em nossa categoria. Não há mais dúvidas de que, se o presidente da República, tivesse um mínimo de responsabilidade e humanidade, muitas vidas teriam sido salvas”, critica.