Quinta, 18 Março 2021 20:34
NOS BASTIDORES DA HISTÓRIA

Lava-jato fez Brasil perder R$172,2 bi em investimentos, diz Dieese

Deltan Dallagnol e Sérgio Moro: fortes indícios de interesses internacionais por trás da Operação Lavo-Jato Deltan Dallagnol e Sérgio Moro: fortes indícios de interesses internacionais por trás da Operação Lavo-Jato Foto: Jorge Araújo/ Folhapress

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

 

Um estudo do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) revela que a Operação Lava-Jato, que parecia inaugurar a possibilidade de prisão dos colarinhos brancos, até então inédito no Brasil, quase faliu grandes empresas brasileiras que ganhavam o marcado internacional, como a empreiteira Odebrecht e a JBS, multinacional brasileira de venda de alimentos, em especial carne bovina. Os números somados aos fatos que se sucederam mostraram que juízes e procuradores do Ministério Público Federal de Curitiba estariam atendendo muito mais a interesses internacionais contra as empresas brasileiras e tinham para isso um projeto político para as eleições de 2018 do que tomado decisões judiciais meramente técnicas para combater a corrupção.

No mundo inteiro há relatos de denúncias de corrupção em grandes empresas, como ocorreu com a Volkswagen, na  Alemanha. Por lá, no entanto, a Justiça e o governo trataram de proteger e ajudar a montadora multinacional, os empregos e a economia de seu país. No Brasil, não por acaso, não houve este cuidado, ao contrário, as empresas foram quase que completamente liquidadas e os empregos extintos.  

Os prejuízos ao país

Segundo o Dieese, o Brasil perdeu cerca de R$ 172,2 bilhões em investimentos, com a quebradeira das grandes empresas, que fizeram um efeito cascata sobre centenas de empresas menores de vários setores que dependiam dos negócios das multinacionais brasileiras, agravando a crise macroeconômica que afeta o Brasil desde 2014.

Os defensores da Lava-Jato e a grande mídia se gabaram pelo fato de a operação liderada por Sérgio Moro ter resgatado R$4,4 bi aos cofres públicos do dinheiro recuperado dos esquemas de corrupção. Mas comparados com as perdas de R$172,2 bi, o tamanho do estrago é muito maior: R$167,9 bilhões, gerando falências, mais desemprego e aprofundando a crise brasileira.

O Brasil perdeu com operação R$47 bi em impostos, R$20,3 bi em contribuições sobre folha de pagamento e R$85,8 bi de massa salarial, aponta o estudo do Dieese, ou seja, o país perdeu em torno de 40 vezes mais do que o valor resgatado pela operação Lava-Jato para os cofres públicos.

“Claro que não foi apenas a Lava-Jato que trouxe estragos para a nossa economia, mas sucessivos erros na política econômica dominada pelos bancos e pela especulação, em detrimento da produção e do trabalho. Mas a operação agravou a recessão e a quebradeira de empresas e exterminou cerca de um milhão de empregos. Perderam o Brasil e os brasileiros”, avalia o vice-presidente da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), Vinícius de Assumpção.

A virada da história

A Operação Lava-Jato, num primeiro momento despertou a atenção e o apoio de grande parte da sociedade. Afinal, parecia um avanço republicano ver o que jamais era imaginado no Brasil: a prisão de políticos do cacife de Eduardo Cunha. Sérgio Cabral, Geddel Vieira Lima e Antônio Palocci.

Entretanto, o que muita gente já sabia e que as gravações de hackers provaram é que, por trás das ações do Ministério Público Federal e da Justiça do Paraná estavam também grandes interesses internacionais e que esta era uma das razões dos abusos cometidos pelo juiz Sérgio Moro.

As gravações mostraram que o julgamento do ex-presidente Lula foi fruto de interesses políticos, de um conluio entre acusador (MPF) e parte da Justiça de Curitiba: Moro e o procurador do Deltan Dallagnol trocavam informações e estratégias com o claro objetivo de prender e tirar o líder petista da disputa das eleições presidenciais de 2018, revelando a completa parcialidade de Moro, que para completar, aceitou o convite para ser Ministro da Justiça do Governo Bolsonaro. E para piorar, demitido, agora o ex-juiz trabalha como consultor para recuperar os prejuízos da Odebrecht, empresa que a Lava-Jato havia ajudado a derrubar no mercado com as denúncias.

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