Quinta, 08 Março 2018 00:00

Shaperville e o ‘sutil’ racismo brasileiro

O Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1966. A criação se deu em memória do conhecido ‘Massacre de Shaperville’, um bairro negro construído pelo governo sul-africano na época do apartheid (separação), um regime de segregação racial adotado de 1948 a 1994 pelos sucessivos governos do Partido Nacional na África do Sul, no qual os direitos da maioria dos habitantes foram cerceados pelo governo formado pela minoria branca
Revoltados com essa política de segregação, os moradores do bairro de Shaperville, localizado no sul da província de Guateng, organizaram um protesto contra a ‘Lei do Passe’, documento de porte obrigatório e que tinha que ser apresentado à polícia sempre que solicitado. Os policiais abriram fogo contra os manifestantes desarmados, resultando em 69 mortos e cerca de 186 feridos.
“Na África do Sul, como no Brasil, a resistência contra o racismo tem exigido muito esforço por parte dos que sofrem e dos que lutam contra essa prática nociva”, explica a diretora do Sindicato, Maria Aparecida Souza Cruz, a Cida.
Por isto mesmo, na avaliação da sindicalista, é preciso seguir os passos daqueles que empregaram grande parte das suas energias para combater a escravidão e o racismo, desde Zumbi dos Palmares, passando por Nelson Mandela e tantos outros que lutaram e que lutam incansavelmente contra a discriminação racial.
Racismo nos bancos
No ramo financeiro, ainda perdura o racismo, a discriminação e o preconceito nos locais de trabalho. “A discriminação contra as mulheres negras nos bancos é cruel, uma vez que são menos contratadas, não têm ascensão profissional, são as primeiras a serem demitidas e sofrem assédio por serem negras e mulheres”, critica a diretora do Sindicato, Jô Araújo. Ela destaca ainda que, na questão salarial, as mulheres negras também são penalizadas, porque recebem menos que as mulheres brancas, que por sua vez também recebem salários inferiores aos seus companheiros de trabalho.

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