Terça, 22 Dezembro 2020 13:04

Ligados a Bolsonaro, Crivella é preso e Witzel continua afastado, ambos por corrupção

Olyntho Contente

Imprensa SeebRio

Acusado pelo Ministério Público e pela Polícia Civil de chefiar o “QG da Propina” que funcionava dentro da Prefeitura do Rio, Marcelo Crivella, prefeito e bispo licenciado da Igreja Universal, foi preso nesta terça-feira (22/12). Como parte da Operação Hades, também foram presos o empresário Rafael Alves e o delegado Fernando Moraes. O ex-senador Eduardo Lopes (Republicanos) também é alvo da operação, mas não foi encontrado em casa.

Crivella é mais um que se soma a uma fila de políticos com ligações estreitas com o presidente Jair Bolsonaro, como o governador do estado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, afastado por corrupção, e que é alvo de um processo de impeachment que corre na Assembleia Legislativa, devendo ser afastado definitivamente do cargo. Como Witzel, Crivella sempre se apresentou como político que combatia a corrupção, mas fazia exatamente o contrário, comandando um esquema criminoso que cobrava propina para fechar contratos com empresas ou liberar pagamentos a elas.

Já Witzel é investigado por receber propinas de empresários da saúde, entre outros. Comandava uma organização criminosa dentro do governo, segundo o Ministério Público Federal (MPF). A PGR (Procuradoria Geral da República) denunciou Witzel, a primeira-dama, Helena Witzel, e outras 7 pessoas por corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro. O governador usou o cargo para estruturar uma organização criminosa que movimentou R$ 554.236,50 em propinas pagas por empresários da saúde ao escritório de advocacia de sua mulher. As relações entre Witzel e Bolsonaro só azedaram no segundo semestre de 2019, quando o nome de Jair Bolsonaro foi mencionado por um porteiro do condomínio onde o presidente morava, no Rio de Janeiro, no curso das investigações sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco, em março de 2018.

Ministros investigados

Acusados de cometer crimes diversos, seis dos 22 ministros de Bolsonaro são investigados. Entre eles, o ex-chefe da Casa Civil, Onix Lorenzoni; o ministro da Economia, Paulo Guedes; a ministra da Agricultura, Tereza Cristina; o ministro do Turismo Marcelo Álvaro Antônio; o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles; além do ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, que foi para o Banco Mundial.

Acrescente-se a esta lista, os filhos Flávio Bolsonaro (Republicanos), senador investigado por comandar o esquema criminoso da rachadinha, que desviava dinheiro do salário dos funcionários de seu gabinete, quando era deputado estadual, depositando as quantias na conta do assessor Fabrício Queiroz, que fazia lavagem do dinheiro de múltiplas formas. Este, é investigado por ligações  com a milícia e empregou no gabinete a mãe e a esposa de Adriano Nóbrega, que comandava o Escritório do Crime, grupo suspeito de ter sido contratado para matar a vereadora Marielle Franco. Adriano foi morto a tiros pela polícia baiana. O outro filho, Carlos Bolsonaro, é investigado por comandar o chamado Gabinete do Ódio que funcionaria dentro do Palácio do Planalto, divulgando notícias falsas, contra adversários políticos de Bolsonaro e também contra o Supremo Tribunal Federal (STF).

Contra Jair Bolsonaro há mais de 50 pedidos de instauração de processo de impeachment. O presidente admitiu ter recebido dinheiro da Friboi de caixa 2 para sua campanha eleitoral à Presidência através de repasse feito ao PSL É aliado do Centrão, grupo de parlamentares do Congresso Nacional conhecido por trocar votos por cargos e favores financeiros. 

O presidente é investigado, ainda, pela Procuradoria Geral da República (PGR), por participar de atos que defendiam a volta da ditadura e do Ato Institucional número 5; por interferir politicamente na Polícia Federal do Rio de Janeiro, tendo afastado o superintendente e o diretor-geral da PF - motivo que levou ao pedido de demissão do ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro - para evitar investigações contra familiares e amigos. O Supremo Tribunal Federal investiga a ligação de assessores do Palácio do Planalto, o chamando Gabinete do Ódio, com youtubers suspeitos de estimular ataques ao STF e partidos de oposição de esquerda. Além disto, o Tribunal Internacional de Haia o investiga por genocídio contra a população indígena e por estimular a população brasileira a não cumprir o isolamento da covid-19.

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