Segunda, 21 Dezembro 2020 21:03

Segunda onda da Covid-19 leva sindicatos a cobrarem extensão do teletrabalho

Adriana Nalesso, presidente do Sindicato do Rio, na reunião  online do Comando Nacional dos Bancários com a Fenaban Adriana Nalesso, presidente do Sindicato do Rio, na reunião online do Comando Nacional dos Bancários com a Fenaban

O aumento assustador do número de mortos e contaminados pela pandemia do novo coronavírus, levou o Comando Nacional dos Bancários, a reivindicar uma negociação de emergência com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). O encontro virtual aconteceu na segunda-feira (21). O acordo emergencial covid, assinado com a Fenaban, é válido até 31 de dezembro. Mas diante do aumento do número de casos, o Comando reivindicou a extensão do prazo. A Fenaban se comprometeu a emitir um comunicado orientando os bancos a não convocar os bancários a retornar até que seja feita uma nova reunião para discutir o assunto, logo no início do ano.
“As pessoas não estão em casa porque querem, mas por estarem enquadradas no grupo de risco. A disparada do número de contaminados e mortos fez crescer ainda mais a possibilidade de contágio por esta doença que pode ser fatal. Nesse sentido é fundamental a manutenção do isolamento social”, frisou Adriana Nalesso, presidenta do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, e integrante do Comando Nacional. Os dados são alarmantes. No domingo, dia 20, ou seja, em apenas 24 horas, o Brasil registrou 678 mortes provocadas pela Covid-19, elevando o total de óbitos provocados pela doença para 186.365, segundo levantamento feito pelo consórcio de veículos de imprensa junto às secretarias estaduais de Saúde do país. De acordo com o balanço de domingo, fechado às 20h, foram registrados 48.758 novos casos, chegando a 7.212.670 de infectados no país.

Banco de horas

Um assunto importante ligado à manutenção do trabalho à distância é o banco de horas negativo, válido para quem não está em home office. “Sabemos que a situação é extremante delicada, pois estão acumulando horas negativas e reivindicamos que essas pessoas desenvolvam algum trabalho remoto”, afirmou Adriana.

Horário de atendimento

Outro ponto discutido por conta do aumento de casos de Covid foi a manutenção da redução do horário de atendimento das agências. A Fenaban alegou existir uma pressão em contrário por parte do Ministério Público, em função de denúncias acerca do atendimento. Mas Adriana rebateu, lembrando que a qualidade caiu em função da política dos bancos de corte de custos com pessoal e agências físicas, mas que, agora, a redução do horário de atendimento tem de ser mantida para diminuir o tempo de exposição ao risco.
“É importante destacar que o atendimento piorou em virtude do fechamento de várias agências e demissões, ocasionando sobrecarga de trabalho para quem ficou e reclamações dos clientes. Entendemos a importância da manutenção do funcionamento reduzido, ainda mais agora que chegamos a um patamar de contaminação e mortos igual ao de maio, ou seja, o número de infectados e mortes aumentou muito”, frisou.

Vacina para todos

Sobre a vacinação, Adriana lembrou que a luta do movimento sindical bancário é para que ela seja feita em massa. “Porém, fica clara a posição do governo que sequer montou a estrutura de vacinação no país. Um governo que sempre tratou a pandemia como uma questão secundária, chamando-a de gripezinha e atacando irresponsavelmente o isolamento social”, lembrou. O compromisso firmado foi uma discussão tripartite para avaliação dessa questão considerando categorias enquadradas como essenciais. A dirigente lembrou que neste ano foram 36 reuniões, negociações duríssimas que começaram no início do ano, a partir das Medidas Provisórias editadas pelo governo Bolsonaro que impactavam a categoria bancária, como a que autorizava a jornada de trabalho aos sábados.
Depois uma agenda de reuniões por conta pandemia, negociações sobre protocolos de prevenção, horário de funcionamento de agências, trabalho em home office. Em seguida, a campanha nacional, negociações sobre a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). “E, agora, retomamos o debate acerca das medidas de segurança e protocolo de prevenção que estão na ordem do dia em virtude do aumento das contaminações e mortes pela Covid-19. Essas medidas são fundamentais na preservação da saúde e da vida”, afirmou.

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