Quinta, 08 Março 2018 00:00

‘Não é Não’, a luta das mulheres contra o assédio todos os dias

Após um carnaval de 2017 marcado pelos casos de abuso e assédio, as mulheres cariocas e fluminenses se uniram em uma campanha contra esses absurdos na folia deste ano. Com o lema “Não é Não”, diversas entidades e coletivos tomaram as ruas da cidade, na maior agenda cultural do Rio de Janeiro, para debater o fim do assédio contra as mulheres. Uma campanha que ocupou as ruas, as mídias, as redes, que foi o grande destaque do Carnaval 2018 e que não pode parar por aí.
O assédio sexual está presente também nos locais de trabalho. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) define o assédio sexual como ‘atos, insinuações, contatos físicos forçados, convites impertinentes’, desde que apresentem uma das características a seguir: ser uma condição clara para manter o emprego; influir nas promoções da carreira do assediado; prejudicar o rendimento profissional, humilhar, insultar ou intimidar a vítima; ameaçar e fazer com que as vítimas cedam por medo de denunciar o abuso; e oferta de crescimento de vários tipos ou que desfavoreça as vítimas em meios acadêmicos e trabalhistas entre outros, e que se trate de uma troca, como possibilitar a intimidade para ser favorecido no trabalho.
O assédio moral é outra forma de agressão também bastante comum no ambiente de trabalho. Ela se esconde em atitudes do dia a dia e, muitas vezes, quase não é percebida pelos colegas. O site assediomoral.org define essa prática como a exposição das trabalhadoras a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções. São mais comuns em relações hierárquicas autoritárias e assimétricas, em que predominam condutas negativas, relações desumanas e aéticas de longa duração, de um ou mais chefes dirigida a uma ou mais subordinada (s), desestabilizando a relação da vítima com o ambiente de trabalho e a organização, forçando-o a desistir do emprego.
Somos pioneiras no enfrentamento do assédio moral e sexual nos ambientes de trabalho. Participamos dos mais diversos espaços que debatem e pautam ações sobre esses temas. Construímos, junto com outras centrais e movimentos sociais, intervenções públicas para conscientizar não apenas as mulheres, mas também os homens, dos direitos da mulher e dos limites que precisam ser respeitados.
Precisamos banir as práticas de assédio na nossa sociedade. Nós, mulheres trabalhadoras, precisamos estar unidas para enfrentar e não nos calar diante dessas práticas. Assédio moral e sexual são crimes e como tais devem ser tratados, por isso chamamos você, mulher trabalhadora, a seguir conosco nessa luta.

Mídia