Quarta, 07 Março 2018 00:00

Igualdade de gênero ainda é uma meta, não uma realidade

Estamos comemorando o dia 8 de março em um cenário de muita luta e resistência. Nada diferente do que é o dia a dia das mulheres, principalmente as que estão inseridas no mercado de trabalho e as que disputam uma vaga. Com isso, o Dia Internacional das Mulheres precisa ser marcado e lembrado como um dia de muita força.
As mulheres são praticamente 52% da população. Mais da metade da sociedade brasileira. E ainda precisamos gritar para sermos vistas e respeitadas. O mercado de trabalho é cruel com o sexo feminino. Nós, mulheres bancárias, apesar de representarmos quase 53% da nossa categoria, ainda estamos em desigualdade com os bancários. Sofremos assédio tanto moral como sexual, e muitas vezes temos nossas vidas devastadas por chefes que se sentem ameaçados pela nossa capacidade. Infelizmente isso não é exagero e, sim, a nossa realidade no sistema financeiro.
Quando tratamos de salário é a mesma coisa. Os homens ganham em média 20% a mais do que nós, ocupando as mesmas funções. E quanto mais alto o cargo, onde estão os melhores salários, maior a presença masculina.
O Sindicato tem lutado e já conseguiu incluir cláusulas nos Acordos Coletivos que dizem respeito à igualdade entre homens e mulheres, mas o caminho é longo e estamos certas do nosso papel. Mais do que isso, certas de que podemos estar onde e quando a gente quiser.
E como tudo não são flores, o governo ilegítimo de Temer desconsiderou que temos dupla, tripla jornada de trabalho, o que faz com que trabalhemos quase 8 horas a mais por semana que os homens. Negando esta realidade, ele quer nos punir na proposta da Reforma da Previdência aumentando a idade mínima para aposentadoria e não mais considerando o tempo mínimo de contribuição. Por exemplo: uma mulher que começa a trabalhar aos 20 anos, se a reforma passar, só vai se aposentar aos 62 anos. Antes dessa proposta, com 30 anos de contribuição ela poderia se aposentar com 50 anos. Muita diferença, não é?!
Nossa batalha se dá diariamente. O Dia Internacional da Mulher existe para lembrar que a igualdade ainda é uma meta, não uma realidade. No que depender de nós, um dia será diferente. Estamos na luta e exigimos igualdade e respeito!

Adriana Nalesso – presidenta do Sindicato dos Bancários Rio

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