Pesquisa realizada pelo Procon-SP revela que no mesmo período, as diferenças entre as tarifas cobradas pelos bancos chegam a 260%

Durante um ano a fundação Procon-SP avaliou seis instituições financeiras e obteve o resultado que os reajustes adotados pelos bancos superam muito a inflação, como por exemplo, o Bradesco que aumentou o custo de 28 tarifas, representando um acréscimo de 102,53% no serviço de Cartão de Crédito Básico – Pagamento de contas. Os valores cobrados pelos bancos são injustificáveis diante de uma inflação de 4,39% no acumulado dos últimos doze meses. Chama a atenção também a diferença entre as tarifas bancárias que que chega a ser de 260%.

A pesquisa aponta que os valores ficaram mais salgados no último ano, com um aumento de 25% nos preços cobrados pelos serviços atrelados à contas-correntes, saques, extratos e transferências entre contas no mesmo banco.

O Procon-SP avaliou o Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Itaú, Safra e Santander na pesquisa que começou 6 de julho de 2017 e durou doze meses.

R$9 bi em três meses

Os bancos exploram as cobranças de tarifas de serviços anualmente. O Itaú, por exemplo, ultrapassou R$ 9 bilhões em três meses apenas com receitas de prestação de serviços. Comparando com o primeiro trimestre do ano passado, houve crescimento de 8,2% nos ganhos com tarifas bancárias. De acordo com determinações do Banco Central, as instituições financeiras são obrigadas a oferecer quatro tipos de pacotes de serviços padronizados. A maior diferença de preço encontrada, segundo pesquisa do Procon-SP, foi no Pacote Padronizado IV, o menor valor cobrado foi de R$ 31,00 pelo Safra e o maior de R$ 41,00 pelo Itaú, diferença de 32,26%.

Bancos não convencem

O “custo operacional” é a justificativa dos bancos para impulsionarem as altas tarifas. “Além de não ficar claro o método utilizado para a correção dos valores, o argumento das instituições financeiras não convence ninguém. A única explicação é a ganância dos banqueiros, que acumulam cada vez mais riqueza num país em que a crise se aprofunda em todos os demais setores e a miséria cresce diante de nossos olhos nas cidades de todo o Brasil”, critica o vice-presidente da Contraf-CUT, Vinícius Assumpção.