Quarta, 07 Março 2018 00:00

MERCADO DE TRABALHO - Bancárias continuam sendo discriminadas

O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), divulgado pelo Ministério do Trabalho, divulgou na última sexta-feira (2), que a discriminação de gênero continua intacta no mercado de trabalho e, nos bancos, a situação não é diferente. As 1.283 mulheres admitidas nos bancos em janeiro de 2018 receberam, em média, R$ 3.116,41. Esse valor corresponde a 71,8% da remuneração média dos 1.316 homens contratados no mesmo período. Nas demissões, a diferença de remuneração entre homens e mulheres também é gritante: as 991 mulheres desligadas dos bancos recebiam, em média, R$ 5.649,80, o que representou 76,3% da remuneração média dos 956 homens dispensados pelos bancos.
Reforma Trabalhista
O estudo revela ainda os primeiros reflexos negativos da Reforma Trabalhista no setor. As saídas a pedido do trabalhador representaram 32,7% dos tipos de desligamento. Em janeiro foram, ainda, registrados 5 casos de demissão por acordo entre empregado e empregador. Essa modalidade de demissão foi criada com a aprovação da nova legislação trabalhista, em vigência desde novembro de 2017. As demissões sem justa causa representaram 56,6% do total de desligamentos no setor bancário em janeiro de 2018. Os empregados que saíram do emprego nessa modalidade apresentaram remuneração média de R$2.182,40, bastante inferior à média (R$ 6.512,12).
Rio lidera demissões
Os bancos criaram 652 postos de trabalho no Brasil, em janeiro de 2018. Os piores saldos foram registrados no Rio de Janeiro (menos 49 postos) e Rio Grande do Sul, com o fechamento de 33 postos de trabalho bancário. “A reforma, além de tirar direitos do trabalhador, não contribui em nada para o crescimento econômico e a geração de empregos e renda, ao contrário, gera mais miséria que está visível a olho nu nas ruas dos grandes centros urbanos. A falácia disseminada pela propaganda do governo, respaldada pela grande mídia, caiu por terra”, critica a presidenta do Sindicato, Adriana Nalesso.
A sindicalista destaca ainda a importância de os trabalhadores fortalecerem suas entidades sindicais. “As consequências da Reforma Trabalhista são devastadoras. Mais do que nunca é fundamental a unidade da categoria para, juntos, fortalecermos o Sindicato e a luta coletiva em defesa de nossos direitos resguardados na Convenção Coletiva de Trabalho”, acrescenta.

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