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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Os bancários sofrem com sobrecarga de trabalho, corte de empregos; cobrança abusiva por metas; assédio moral e outros fatores nocivos à saúde. Na negociação com a Fenaban, na quinta-feira (19/7), sobre Saúde e Condições de Trabalho, o Comando Nacional dos Bancários reivindicou a alteração no modelo de gestão implementado pelos bancos, que tem ampliado o adoecimento físico e psíquico da categoria, em função do assédio moral, associado, entre outros, à cobrança de metas inatingíveis.
Também como forma de combater o assédio, foi cobrada mais efetividade na cláusula sobre o assunto – já existente na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) – a chamada cláusula de prevenção de conflitos. A Fenaban se comprometeu em estudar a possibilidade de diminuir o prazo de apuração e retorno nos casos de denúncias de assédio moral feitas aos bancos, previsto nesta cláusula.
Segurança
Também foram abordadas questões de segurança, a fim de diminuir os riscos a que estão submetidos bancários e clientes, além da discussão de reabertura de agências para melhor atender às necessidades dos municípios. “A bancarização é obrigação do setor. Os bancos para diminuir os riscos fecharam agências e algumas unidades funcionam sem numerário. O sistema financeiro precisa e deve atender às demandas da sociedade e não apenas priorizar os lucros”, defendeu a presidenta do Sindicato, Adriana Nalesso, que faz parte do Comando Nacional e participa das negociações.
Foi reivindicada, ainda, a exclusão da cláusula que trata de junta médica para avaliação de bancários durante o período de afastamento. O Comando sustentou que não cabe a convocação do licenciado e em tratamento, seja porque está doente, e, como consequência, com o contrato de trabalho suspenso, com amparo da perícia da Previdência Social. A junta, por isto mesmo, é um absurdo.
Também foi abordada a questão da estabilidade para quem retorna ao trabalho após cancelamento da aposentadoria por invalidez. O INSS tem cancelado os benefícios e os trabalhadores retornam totalmente desprotegidos.
Fenaban nega adoecimento
O Comando Nacional apresentou na negociação recentes pesquisas sobre o tema, entre elas, a realizada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT) com base nos afastamentos pela Previdência. O estudo revela que os afastamentos por doenças psicossomáticas aumentaram na categoria.
A Fenaban, no entanto, refutou estes dados. Afirmou que estes transtornos mentais são fenômenos mundiais, não necessariamente relacionados ao trabalho. Acrescentou, ainda, que a pesquisa mostra a maior incidência deste tipo de doença nos bancos, porque atinge mais jovens e mulheres que são os segmentos mais presentes na categoria.
Os dados da pesquisa
A pesquisa MPT/OIT foi feita com base nos afastamentos pela previdência no Brasil. Revela que os motivados por doenças psicossomáticas aumentaram na categoria. O estudo comprova que os bancos são responsáveis por 15% do total de casos de afastamentos por causas mentais verificados em todos os setores, nos anos de 2012 a 2017. A proporção aumenta para 16% quando se consideram os afastamentos por depressão: são 3.641 bancários afastados por este motivo.
O grupo de doenças osteomusculares e do tecido conjuntivo passou de 55,2% dos afastamentos, em 2012, para 40,3%, em 2017. O grupo doenças mentais e comportamentais sobe de 34,1% para 42,3%, em 2017, e o grupo de doenças nervosas tem sua participação relativa ampliada de 10% para 17,2% entre 2012 e 2017. Já o grupo que se refere a “outras causas”, é muito baixo em relação aos demais.
Ao comparar os afastamentos por tipo de doença a pesquisa revela que os bancários associam o estresse à profissão e que o trabalho é fonte de apreensão constante: de medo por exposição pública; de tensão permanente por temor de assalto e violência. E ainda um ambiente de baixa tolerância ao erro; de acúmulo de tarefas; e de fácil supervisão e comparação entre colegas. “Os bancários apontam a realidade do setor, eles vivenciam isso no dia a dia. E exigem mudanças”, defendeu Adriana.
Próximas negociações
20/7 e 26/7 – Caixa
23 e 26/7- Banco do Brasil
25/7 – Fenaban: Emprego
1/8 – Fenaban: Remuneração