Sexta, 20 Julho 2018 18:00

Caixa joga duro e não apresenta nenhuma proposta concreta na segunda negociação

Ricardo Maggi: “Somente com o fortalecimento da mobilização, os empregados conseguirão arrancar uma proposta da Caixa e preservar os direitos” Ricardo Maggi: “Somente com o fortalecimento da mobilização, os empregados conseguirão arrancar uma proposta da Caixa e preservar os direitos”

Apesar da intransigência, representantes da empresa sinalizam que, mesmo com a reforma Trabalhista, estão dispostos a dialogar sobre direitos da CCT

A direção da Caixa Econômica Federal manteve a mesma postura intransigente na segunda mesa de negociação com os empregados, realizada nesta sexta-feira, dia 20, em Brasília. O banco não apresentou nenhuma proposta concreta e tudo indica que só vai apresentar proposições no prazo final das negociações, até o dia 1º de agosto. Apesar do jogo duro, os representantes da empresa sinalizaram que poderão negociar a manutenção de direitos previstos no atual acordo da Convenção Coletiva de Trabalho, e em relação à PLR (Participação nos Lucros e Resultados), inclusive a PLR Social, uma conquista importante dos trabalhadores da Caixa.

Apesar de concordar em manter o diálogo nas questões específicas, o banco deixou claro que vai aguardar a posição da Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) em relação à proposta geral para a categoria para propor também os as demandas próprias dos empregados.

“A Caixa, em nossa segunda rodada de negociação já deveria apresentar uma proposta. Na verdade, não temos nada para levar aos empregados e a única saída é fortalecer a mobilizar para pressionarmos o banco a tratar os trabalhadores com respeito”, afirma o diretor da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (FETRAF-RJ/ES), Ricardo Maggi, que participou da reunião na capital federal.

PLR

Apesar de não apresentar proposta para nenhum item na mesa, o banco sinalizou que pretende, além de dialogar sobre cláusulas do atual acordo vigente, negociar a manutenção das regras para a PLR e PLR Social.

“A direção da Caixa promete negociar nossas reivindicações que assegurem a manutenção dos direitos previstos na Convenção Coletiva e as conquistas remuneratórias, como a PLR. Entretanto, preocupa o discurso da empresa em relação ao teto previsto na Lei das Estatais, novo marco regulatório que corta investimentos das estatais para conter os gastos públicos, que me parece uma desculpa para não atender nossas demandas”, acrescenta Maggi.

Caixa 100% pública

A questão dos limites dos gastos está sob a tutela da Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais do Ministério do Planejamento (Sest).

“A Caixa disse ainda que as propostas precisam passar também pelo Conselho de Administração, conforme aprovado no novo estatuto. Esperamos que não haja empecilhos para que a empresa atenda as nossas reivindicações, já que são os empregados que garantem os lucros da empresa. É fundamental ainda manter a Caixa 100% pública. Nós, trabalhadores, repudiamos o projeto de desmonte do banco para abrir caminho para a privatização, uma obsessão do governo Temer”, critica.

Confira mais detalhes da negociação na próxima edição do Jornal Bancário, disponíveis nos locais de trabalho a partir de segunda-feira (23).

 

Mídia