Segunda, 23 Julho 2018 19:20

CONQUISTAS AMEAÇADAS - Caixa não apresenta propostas, não garante manutenção de direitos e nem a PLR Social

Ricardo Maggi: “Somente com o fortalecimento da mobilização, os empregados conseguirão arrancar uma proposta da Caixa e preservar os direitos” Ricardo Maggi: “Somente com o fortalecimento da mobilização, os empregados conseguirão arrancar uma proposta da Caixa e preservar os direitos”

Apesar de frustrar os empregados na segunda mesa de negociação, banco promete manter diálogo com empregados

A direção da Caixa Econômica Federal manteve a mesma postura intransigente na segunda mesa de negociação com os empregados, realizada na sexta-feira, dia 20, em Brasília. O banco não apresentou nenhuma proposta concreta e tudo indica que só vai trazer proposições no prazo final das negociações, até o dia 1º de agosto. Apesar do jogo duro, os representantes da empresa sinalizaram que poderão negociar a manutenção de direitos previstos no atual acordo da Convenção Coletiva de Trabalho, e em relação à PLR (Participação nos Lucros e Resultados), inclusive a PLR Social, uma conquista importante dos trabalhadores da Caixa. Apesar de concordar em manter o diálogo nas questões específicas, o banco deixou claro que vai aguardar a posição da Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) em relação à proposta geral para a categoria para apresentar respostas às demandas próprias dos empregados, inclusive sobre a PLR.
“A Caixa, em nossa segunda rodada de negociação já deveria apresentar uma proposta. Na verdade, não temos nada para levar aos empregados e a única saída é fortalecer a mobilizar para pressionarmos o banco a tratar os trabalhadores com respeito”, afirma o diretor da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Fetraf-RJ/ES), Ricardo Maggi, que participou da reunião na capital federal.
Demandas sem resposta
Os representantes dos empregados cobraram o fim da discriminaçao de gênero, com o fim da possibilidade do descomissionamento de gestantes, além da manutenção da titularidade da função pelos empregados doentes na licença médica. Reivindicaram ainda ampla defesa nos processos disciplinares, não punindo preliminarmente os trabalhadores. Atualmente, o empregado que recorre corre o risco de ter a pena piorada. Os sindicatos querem também um debate sobre os funcionários da carreira administrativa e profissional, que representa 90% dos Bancários e o fim do descomissionamento arbitrário.  Cobraram ainda a garantia de um delta por ano por antiguidade dos empregados, o que foi rejeitado pelo banco, que aceitou a manutençao do atual modelo (a cada dois anos garante um delta de antiguidade e todo ano a discussão da sistemática por mérito).
PLR
Apesar de não apresentar proposta para nenhum item na mesa, o banco sinalizou que pretende, além de dialogar sobre cláusulas do atual acordo vigente, negociar a manutenção das regras para a PLR e PLR Social.
“A direção da Caixa promete manter a negociação mas nos preocupa o discurso da empresa em relação ao teto previsto na Lei das Estatais, novo marco regulatório que corta investimentos das estatais para conter os gastos públicos. Me parece uma desculpa para não atender as nossas demandas. Não temos garantia de nada até agora. Temos que fortalecer a mobilização para garantir nossos direitos”, acrescenta Maggi.
Caixa 100% pública
A questão dos limites dos gastos está sob a tutela da Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais do Ministério do Planejamento (Sest).
“A Caixa disse ainda que as propostas precisam passar também pelo Conselho de Administração, conforme aprovado no novo estatuto. Esperamos que não haja empecilhos para que a empresa atenda as nossas reivindicações. É fundamental também manter a Caixa 100% pública”, conclui Maggi.

Quarta-feira, 25, empregados vestirão branco em defesa do Saúde Caixa
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