Quinta, 23 Julho 2020 18:26
GARANTIR E PROTEGER

Bancários entregam pauta de reivindicações para a Fenaban

Comando Nacional destaca importância de medidas em defesa da vida neste momento de pandemia e da preservação dos direitos previstos na CCT
Adriana Nalesso: “o setor mais lucrativo do país tem todas as condições de atender as nossas reivindicações” Adriana Nalesso: “o setor mais lucrativo do país tem todas as condições de atender as nossas reivindicações” Nando Neves/SeebRio

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

 

O Comando Nacional dos Bancários entregou para a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), na tarde desta quinta-feira, dia 23 de julho, a pauta de reivindicações da categoria aprovada na 22ª Conferência Nacional. O ato de repasse do documento aos bancos foi realizado através de videoconferência.

A presidenta do Sindicato do Rio Adriana Nalesso, que participou do encontro, falou da importância da manutenção do isolamento social em virtude da ausência de controle epidemiológico no país.

“Ainda não é o momento de flexibilizar o isolamento. Não podemos naturalizar as mortes que ocorrem no Brasil. Medidas preventivas são essenciais nesse momento”, disse.  

A presidenta da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) Juvandia Moreira, lembrou que no Brasil o número de mortes por causa da Covid-19 corresponde a queda de cinco Boeings por dia”.

Henrique Chapiro, representante da Fenaban, disse concordar com a relevância das medidas de prevenção nesta pandemia.

Os dirigentes sindicais criticam a flexibilização de algumas instituições financeiras em relação aos protocolos de prevenção ao novo coronavírus e citaram a decisão dos bancos públicos de convocarem os funcionários de volta para as unidades físicas, inclusive de trabalhadores que coabitam com pessoas que fazem parte do grupo de risco. A decisão das instituições foi feita sem nenhum diálogo com o movimento sindical.

Mesa única

Adriana destacou ainda a importância da mesa única, estratégia vitoriosa de unidade dos trabalhadores dos bancos públicos e privados nas negociações.  Os sindicalistas estranharam a ausência de um representante da Caixa Econômica Federal neste primeiro encontro, mas a Fenaban garantiu que foi apenas um problema de falta de agenda e que diretores do banco público estarão presentes nas próximas negociações.

“Sobre a caixa ia ser entregue uma pauta específica ao final que não pode ser realizada, nesse sentido vamos solicitar uma reunião para entrega”, explica Adriana.

Prioridades

Entre as prioridades apontadas pela categoria para a campanha nacional deste ano, aprovadas na Conferência Nacional e apontadas na Consulta feita com bancários e bancárias de todo o país está a defesa do emprego.

Os trabalhadores querem saber quantas agências fechadas durante a pandemia voltarão a funcionar. Em todo o Brasil, 243 unidades bancárias foram fechadas. As demissões feitas durante esta crise sanitária e econômica, como nos casos do Santander e do Mercantil do Brasil também preocupam os sindicalistas.

“Além da questão do emprego da categoria, nós sabemos que cresce o número de cidades no país sem sequer uma unidade bancária. Já são mais de 400 municípios nesta situação. O sistema financeiro precisa ter o compromisso social, inclusive o de garantir crédito barato para micro e pequenas empresas e contribuir com a recuperação econômica do país”, destaca Nalesso.

Teletrabalho

As condições de trabalho e a preservação dos direitos previstos na Convenção Coletiva de Trabalho no momento em que os trabalhadores sofrem ataques do Governo Bolsonaro contra as conquistas trabalhistas também estão na minuta de reivindicações. Outra preocupação é a de garantir os direitos de todos os empregados que venham a continuar no trabalho remoto.

“Bancos e empresas já deixaram claro que o teletrabalho é uma tendência que veio para ficar, com o objetivo de reduzir custos e aumentar os lucros. É preciso garantir os direitos destes bancários que, inclusive, têm elevação de custos com Internet, impressora, energia elétrica e material de trabalho e também definir a questão da jornada. Os bancos têm de garantir todas as condições de trabalho também para estes empregados”, afirma Adriana.

Nos itens remuneratórios, a Consulta Nacional apontou que os bancários querem uma PLR justa e a manutenção do aumento real de salários, que também estão na minuta.

“O setor mais lucrativo do país tem todas as condições de atender as nossas reivindicações, que são justas e absolutamente possíveis de serem atendidas”, finaliza Adriana.

Numa conjuntura tão adversa, o movimento sindical considera um avanço importante o fato de os representantes dos bancos terem firmado o compromisso de manter as negociações com a categoria.

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