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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
Não é de hoje que a cobrança de impostos no Brasil é uma verdadeira anamolia que aprofunda as desigualdades sociais, punindo os mais pobres diretamente no consumo e a classe média também no Imposto de Renda, pagando até 27% dos salários, sem taxar as grandes fortunas, lucros e dividendos e grandes heranças. Mas se depender do atual governo, a tributação regressiva do país vai se tornar ainda mais agressiva com quem ganha menos e produz. A proposta de reforma tributária feita pelo Ministro da Economia Paulo Guedes unifica o PIS e Cofins, que teria alíquota de 12%. Já para as instituições financeiras o imposto seria reduzido para 5,8%.
Empresas que prestam serviços para o consumidor final, como os setores de educação, segurança, informática, telecomonunicações, hotelaria e transporte aéreo terão aumento da carga tributária. Isto significa elevação nos preços nestes setores.
“A proposta do Governo Bolsonaro está na contramão da tributação progressiva dos países desenvolvidos, em especial para combater a profunda recessão pós-pandemia. Na Europa e até nos EUA paga mais impostos quem ganha mais. O Governo Bolsonaro mostra explicitamente que tem lado, o dos banqueiros, em detrimento do setor produtivo e principalmente dos trabalhadores que vão pagar a conta desta crise. Este projeto agravará ainda mais o desemprego para privilegiar a especulação”, disse o vice-presidente do Sindicato dos Bancários do Rio Paulo Matileti.
De banqueiro para banqueiro
Esta não é primeira vez que Guedes, banqueiro fundador do Banco BTG Pactual privilegia o cartel do sistema financeiro. Em plena pandemia do novo coronavírus, o governo federal se apressou para garantir R$1,2 trilhão para os bancos, garantiu a compra com dinheiro público, através do Banco Central, de moedas podres aos investimentos do setor que deram prejuízo além de ter feito a primeira redução do imposto sobre o setor que mais lucra no país há 40 anos. E numa ação ainda mais gritante e escandalosa, o Ministro da Economia entregou ao BTG Pactual uma carteira de crédito do Banco do Brasil avaliada em R$2,9 bilhões.