Sábado, 18 Julho 2020 13:44

Para manter altos lucros, bancos querem ampliar digitalização e teletrabalho

Para manter a sua alta lucratividade, os bancos miram no aumento da exploração e corte de custos através da ampliação da digitalização e do trabalho dos bancários em casa – o teletrabalho ou home-office. A avaliação foi feita pelo economista Gustavo Machado Cavarzan, do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), doutro em Economia Social da Universidade de Campinas (Unicamp).

Lembrou que houve uma aceleração deste processo, em função da pandemia do novo coronavírus e do aprofundamento da crise econômica que ela gerou e à diminuição de Selic, que teve um pequeno impacto na taxa de juros praticada pelo sistema financeiro. O economista acrescentou que este contexto levou os bancos privados a reduzir o crédito. Diante desta realidade, para manter a sua alta rentabilidade, decidiram ampliar fortemente a digitalização e o teletrabalho, reduzindo com isto, custos fixos, respectivamente com despesas de pessoal e gastos administrativos (com prédios, agências físicas, energia, água, materiais de escritório, equipamentos, internet etc).

Digitalização e desemprego

Gustavo frisou que a digitalização vem crescendo desde 2012, chegando as transações feitas por celular, em 2018, a 40% do total de transações bancárias. Este percentual tende a se intensificar. Sintoma disto foi que os bancos investiram R$ 25 bilhões em novas tecnologias, em 2019. “Com a pandemia a digitalização cresceu ainda mais, acelerando o processo que já vinha em curso. Hoje, 70% das operações são feitas por aplicativos de celular”, revelou.

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