Sábado, 18 Julho 2020 13:44

Deputado defende que tributação progressiva seja resolução aprovada na Conferência dos Bancários

Henrique Fontana (PT-RS) defende campanha nacional para mudança do sistema tributário com o objetivo do país combater a miséria e sair da crise
O deputado federal Henrique Fontana (PT-RS) também defende a tributação progressiva para melhor distribuir a renda e promover a justiça social no Brasil O deputado federal Henrique Fontana (PT-RS) também defende a tributação progressiva para melhor distribuir a renda e promover a justiça social no Brasil

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

 

O deputado federal Henrique Fontana Júnior (PT-RS), palestrante e debatedor do segundo dia da 22ª Conferência Nacional dos Bancários, realizado neste sábado (18), disse que para o Brasil conseguir criar uma tributação progressiva e combater a fome e a miséria no país, a primeira medida a ser tomada é terminar com o governo ultraliberal, autoritário e neofascista de Jair Bolsonaro.

“Esse hoje é o maior fator de crescimento da desigualdade e da fome. Evidentemente que temos uma pandemia que estamos enfrentamos, mas a forma irracional com que o presidente age agrava os impactos desta crise e alonga a pandemia e nos cobra o preço das vidas dos brasileiros que poderiam ser salvas e um impacto negativo maior na economia. Não haverá cenário de recuperação econômica possível se não vencermos a pandemia do coronavírus”, disse, prevendo uma recessão profunda.  

Criticou as carreatas realizadas por bolsonaristas para reabertura do comércio e a volta da atividade econômica. “É muito importante que dentro dos preceitos técnicos, científicos e racionais nós tenhamos a reabertura, mas já estamos assistindo o que significa uma abertura açodada, irresponsável e ideologizada das atividades econômicas fora de hora. Isto significa estender a pandemia e a gravar a crise”, avalia. Acrescentou que mesmo em relação ao direito à proteção da vida, os brasileiros não têm as mesmas oportunidades em função das injustiças sociais.

“Precisamos vencer a pandemia e terminar o governo Bolsonaro o quanto antes para o bem dessa nação e para retomarmos um governo popular no Brasil”, destacou. Apontou a desigualdade social como o maior problema que o país tem para enfrentar e que é preciso distribuir renda.

“Delfim Neto, ministro da Fazenda do regime militar dizia que primeiro é preciso fazer o bolo crescer para depois dividir o bolo. Isso é uma falácia econômica e social. Quanto mais riqueza se produz a riqueza de forma concentrada, mas ineficiente é a economial.  

Organização social

Defendeu a organização sindical e de partidos políticos como forma de ajudar na luta pela distribuição de renda, através de mobilizações por melhores condições de trabalho e de renda e a necessidade de os trabalhadores disputarem a correlação de forças de poder.

“São os partidos da esquerda e centro-esquerda e cito o nosso partido, o PT, e nossos parceiros, como o PCdoB, o PSOL, o PSB, o PDT e a Rede e pessoas que estão identificadas com essas ideias que precisamos organizar a luta por mais direitos e por distribuição de renda e justiça social, inclusive através de uma estrutura tributária justa”. Fontana reconheceu que a esquerda falhou ao não taxar as grandes fortunas e não criar uma tributação progressiva em 14 anos de governo progressista e popular do PT.  

Sistema político

O deputado criticou também a estrutura política brasileira. “O sistema político brasileiro é especializado em gerar parlamentos que não representam a ampla maioria do povo brasileiro, mas sim os interesses econômicos daqueles que se beneficiam desse sistema tributário injusto e da concentração de renda e da riqueza. É preciso garantir um parlamento que tenha compromisso com os mais pobres e os trabalhadores”.

Fontana lembrou que antes da pandemia a economia já estava estagnada fruto da política econômica do governo e que o país vai precisar arrecadar mais para enfrentar os problemas da crise.

A mesa deste debate contou com a presença da diretora da Fetraf-CUT RJ/ES, Adilma Nunes. 

A participação dos bancários

O deputado criticou a proposta do ministro Paulo Guedes de taxar transações eletrônicas e lembrou que o pobre ao comprar pela internet vai pagar o mesmo imposto dos mais ricos. Defendeu ainda o imposto sobre embarcações de luxo e iates, que arrecadaria R$6 a R$7 bilhões por ano.

“Não posso aceitar viver em um país em que um motorista de Uber que ganha R$1.500 por mês tem que pagar IPVA para poder ganhar a vida e um milionário que tem um jatinho executivo não paga nada”, criticou.

“Para alavancar um grande volume de recursos públicos para a proteção social e criar políticas públicas é preciso também emitir moedas, aumentar a dívida pública e utilizar as reservas que o Brasil acumulou nos governos populares de Lula e Dilma, onde o país saltou de R$37 bilhões para R$370 bilhões de reservas. É para defender o emprego, a renda e a vida das pessoas que defendemos a presença do estado brasileiro e as políticas públicas”, completa.  

Ao final pediu para os bancários incluam a tributação dos mais ricos entre as resoluções que serão aprovadas nesta Conferência Nacional para cobater as injustiças sociais do país.  

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