Segunda, 23 Julho 2018 20:38

EMPREGO BANCÁRIO - Bancos projetam lucros de R$71 bilhões para 2018, mas demitem em massa

VOCÊ NÃO ESTÁ SOZINHO - A solução no combate às demissões não está na individualização do problema.  Somente a luta e mobilização coletiva podem garantir o emprego e uma melhor condição de trabalho VOCÊ NÃO ESTÁ SOZINHO - A solução no combate às demissões não está na individualização do problema. Somente a luta e mobilização coletiva podem garantir o emprego e uma melhor condição de trabalho

Nesta quarta (25), sindicato negocia com a Fenaban para defender o emprego e os direitos da categoria, diante das ameaças da nova legislação trabalhista 

Os bancos faturaram no ano passado, R$ 63,12 bilhões, uma alta de 12,27% em relação a 2016 (R$ 56,22 bilhões). Mesmo diante de uma grave crise econômica que atinge em cheio o setor produtivo e aumenta o desemprego, o setor financeiro projeta para 2018, um crescimento de pelo menos 11,6% nos lucros, chegando a R$71,4 bilhões. Apesar de tanto dinheiro, as instituições financeiras continuam demitindo em massa. Os bancos estão investindo R$20 bilhões em tecnologia para reduzir custos com mão-de-obra, dispensando trabalhadores e fechando agências físicas, digitalizando as operações. As novas regras da legislação a partir da reforma trabalhista do governo Michel Temer (MDB) são mais uma ameaça para a garantia e a qualidade do emprego no Brasil. O Comando Nacional defende que a contratação no setor seja feita apenas com bancários e não com terceirizados, mesmo com a permissão da terceirização de todas as atividades e setores das empresas, com a nova legislação. 
2.846 postos fechados
Os bancos fecharam 2.846 postos de trabalho no país, entre janeiro e junho de 2018. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado pela subseção do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) na Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), na última segunda-feira (23). 
Itaú-Unibanco, Bradesco, Santander e Banco do Brasil, foram responsáveis pelo fechamento de 1.804 postos nos seis primeiros meses do ano.
São Paulo registrou o maior saldo negativo no emprego bancário no período: 57,8% das admissões e 64,7% do total de desligamentos, com 955 postos fechados. Em seguida, Rio de Janeiro e Paraná foram os estados que mais fecharam postos: 724 e 358 respectivamente. 
Reforma trabalhista
As demissões sem justa causa representaram 55,1% do total de desligamentos no setor bancário entre janeiro e junho de 2018. As saídas a pedido do trabalhador representaram 37,1% dos desligamentos. Foram registrados ainda 35 casos de demissão por acordo entre empregado e empregador. Essa modalidade de demissão foi criada com a aprovação da Reforma Trabalhista, imposta pelo Governo Michel Temer (MDB) e com apoio do PSDB, do DEM e dos partidos nanicos do chamado centrão. 
A sociedade também perde
Segundo o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), a estratégia dos banqueiros é a de economizar uma grana preta para faturar ainda mais dinheiro, sem repassar a redução de custos para o consumidor, que continua pagando tarifas cada vez mais caras e os maiores juros do planeta. “Os bancos trazem prejuízos para os bancários e para a sociedade, pois com menos caixas e funcionários para o atendimento, as filas aumentam, o atendimento piora, sobrecarregando os funcionários que continuam nas agências”, critica a presidenta do Sindicato, Adriana Nalesso. 

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