Sábado, 11 Julho 2020 00:52
CONGRESSOS BB E CAIXA

Campanha Nacional vai defender bancos públicos e direitos da CCT

Sábado (11) será realizado o 36º Conecef e no domingo (12), o 31º Congresso Nacional dos funcionários do Banco do Brasil
A abertura conjunta dos congressos nacionais dos bancos públicos foi também realizada de forma virtual, em função da pandemia do novo coronavírus A abertura conjunta dos congressos nacionais dos bancos públicos foi também realizada de forma virtual, em função da pandemia do novo coronavírus

Olyntho Contente

Do SeebRio

 

Mais de 20 dirigentes bancários de todo o país participaram, nesta sexta-feira (10/7), da mesa virtual de abertura dos congressos dos bancos públicos, coordenados pela Contraf-CUT. Foram unânimes em criticar a política do governo Bolsonaro, apoiada pelos bancos. Uma política que, mesmo antes da pandemia, vinha reduzindo drasticamente o investimento público na economia, retirando direitos, aumentando o desemprego, dificultando a vida sobretudo dos mais pobres, através do corte de verbas dos serviços prestados à população e na insistência em privatizar as empresas estatais, entre estas, os bancos públicos, que estão se mostrando importantíssimos na execução das medidas tomadas pelo governo, embora insuficientes, para minimizar os efeitos da crise causada pela pandemia sobre os trabalhadores formais ou informais, sobretudo a Caixa Econômica Federal, responsável pela distribuição do auxilio emergencial.

Diante disto, sustentaram que os focos centrais da campanha nacional dos bancários deste ano, a serem aprovados nos congressos da Caixa, BB, Banco da Amazônia e Banco do Nordeste (a serem realizados neste fim de semana, também virtualmente) e na Conferência Nacional dos Bancários, deveriam ser a defesa e o fortalecimento das estatais, dos bancos públicos e do Sistema Único de Saúde (SUS), fundamentais no combate à pandemia e na viabilização do desenvolvimento social e econômico do país; a luta pela manutenção dos direitos contidos na CCT dos bancários e nos acordos específicos e contra novas retiradas de direitos dos trabalhadores, já anunciadas pelo ministro da Economia Paulo Guedes.

A presidenta da Contraf-CUT, Juvândia Moreira, além de defender a manutenção da CCT e dos acordos específicos, criticou o governo Bolsonaro pelo desaso demonstrado durante toda a pandemia, ao negar a grave ameaça do novo coronavírus para a vida da população. “Por isto, um dos lemas de nossa campanha, além de nenhum direito a menos e em defesa dos bancos públicos deve ser pelo respeito à vida e em defesa da democracia, ameaçadas a todo o momento por este governo autoritário”, afirmou. Acrescentou que será fundamental para uma campanha vitoriosa a unidade da categoria, com a manutenção da mesa única de negociação (bancos públicos e privados).

Fora Bolsonaro e Guedes

Representando a Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro do Rio e Espírito Santo (Fetraf-CUT), o diretor do Sindicato dos Bancários do Rio, José Ferreira, falou do momento difícil que o Brasil vive com um governo intolerante, que nega a ciência, não sabe lidar com a crítica, nem apresenta soluções para a crise econômica e social criada por ele e que aumentou ainda mais com a pandemia. “Um governo que, através do seu ministro da Economia, Paulo Guedes, insiste em repetir o mantra da privatização, mesmo num momento de crise da pandemia em que os bancos públicos e todo o setor público, sobretudo a CEF e o SUS, mostraram a sua importância. Por isto mesmo, é preciso reforçar a necessidade da unidade e mobilização da nossa categoria contra a privatização destes bancos e pela manutenção dos nossos direitos constantes da CCT e termos como palavras de ordem: Fora Bolsonaro e Fora Guedes”, defendeu.

Combate às privatizações

O coordenador da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE-Caixa), Dionísio Reis, deu dois exemplos do papel estratégico dos bancos estatais. “Só para citar dois, o Banco do Brasil financia 70% da comida que abastece o Brasil e a Caixa é responsável por 90% de todo o financiamento habitacional do país”, lembrou. Avaliou que a sociedade não sabe da importância destas empresas para a sua vida e defendeu por isto mesmo que a campanha nacional dos bancários amplie este debate de modo a que um amplo setor da sociedade passe a defender os bancos oficiais.

Já o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, João Fukunaga, defendeu que nos congressos, além da aprovação da pauta de reivindicações da categoria e de uma campanha salarial unificada, com mesa única, seja priorizada, também, a luta contra a ameaça de Paulo Guedes de privatizar o Banco do Brasil, o que já vem fazendo aos poucos, como na Caixa. “É fundamental para a nossa vitória, dialogarmos com a sociedade e mostrar que os bancos públicos fazem o que os privados nunca vão fazer, que é investir na agricultura, nas pequenas, médias e microempresas, em programas sociais. E que a privatização que Guedes, do BTG-Pactual defende, é para aumentar seus lucros e dos seus sócios banqueiros e demais especuladores. E isto não vamos admitir”, avisou.

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