Quarta, 24 Janeiro 2018 00:00

Luta pelo direito de Lula ser candidato vai se ampliar

Grandes protestos acompanharam o julgamento do Tribunal Regional Federal de Porto Alegre (TRF-4), que confirmou a decisão da primeira instância de condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta quarta-feira. Em todas as manifestações o julgamento foi classificado como uma fraude destinada a impedir a participação de Lula nas próximas eleições presidenciais. Também em todos os atos públicos e passeatas foi deixado claro o recado de que vai se ampliar em todo o país e no exterior a luta para que o candidato do PT que aparece à frente em todas as pesquisas, participe do pleito.

Em Porto Alegre, mais de 80 mil pessoas participaram da manifestação. O maior ato de São Paulo aconteceu em São Bernardo do Campo. Um grande protesto aconteceu, também, na Praça da República. No Rio de Janeiro, a manifestação foi na Avenida Rio Branco e teve a participação de parlamentares, representantes das frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, das centrais sindicais, entre elas CUT e CTB, de dezenas de sindicatos, como o dos bancários, do movimento estudantil, movimento negro e de mulheres.

No Paraná, houve protestos desde a madrugada em cidades como Londrina e na capital Curitiba. O povo foi às ruas, ainda, no Ceará (Fortaleza, Crateús, Juazeiro do Norte, Limoeiro do Norte, Quixadá e Sobral), e ainda em, Recife (PE), João Pessoa (PB), em São Luiz (MA), Natal (RN), Salvador, Serrinha, Vitória da Conquista e Itabuna (BA), além de Aracaju (SE). E ainda em Belo Horizonte (MG) e Vitória (ES).

Decisão favorece os ricos

No ato do Rio de Janeiro, o diretor da Contraf-CUT, Marcello Azevedo, ex-diretor do Sindicato, classificou a fraude judicial de Porto Alegre, como uma forma de dar prosseguimento à política do governo de Temer de retirar direitos dos trabalhadores e entregar o patrimônio público e as riquezas nacionais aos grandes grupos econômicos, sobretudo os estrangeiros. “Não é à toa que o julgamento aconteceu no mesmo dia em que os representantes das grandes corporações multinacionais e governos de países centrais se reuniram no Fórum Econômico Mundial, na cidade de Davos, na Suíça”, afirmou.

Para o dirigente, o julgamento forjado foi a forma de dizer a estas corporações estrangeiras que podem ficar tranquilas de que Lula, o único candidato com programa voltado para o bem-estar da população e para o desenvolvimento econômico independente do Brasil estava afastado. “Eles queriam a confirmação de que o próximo presidente seguirá mantendo o programa de governo de Temer, de entrega de nossas riquezas ao estrangeiro e ao grande capital nacional, de extinção de direitos, como as aposentadorias e trabalhistas, de fim dos investimentos na saúde e educação e de privatização das empresas públicas”, afirmou Fátima Andréa, do Movimento Negro Unificado.

Para Márcio Ayer, presidente do Sindicato dos Comerciários, mais uma vez o judiciário mostrou que está do lado dos ricos que não querem de volta um governo que tirou milhões de pessoas da miséria, que garantiu o acesso de jovens pobres à universidade, cuja política econômica assegurou o crédito aos mais humildes, e empréstimos a juros baixos dos bancos públicos, como a Caixa e o Banco do Brasil, para a população mais carente. O coordenador da Frente Brasil Popular, Carlos Eduardo, disse, em seu discurso, que, por isto mesmo a luta pelo direito de Lula ser candidato tem que se ampliar em todo o país.

“E esta luta vai se ampliar a partir de agora. A população brasileira, principalmente os trabalhadores e os mais pobres, não podem continuar debaixo de um modelo econômico que aumenta a pobreza e beneficia os mais ricos. E é esse recado que temos de levar para as ruas: vamos ampliar o movimento para que Lula possa se candidatar e mudar esta política econômica antipovo do governo Temer, dos bancos e das multinacionais”, afirmou no ato do Rio de Janeiro, Edson Santos, ex-ministro da Igualdade Racial do governo Lula.

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