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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos Imprensa SeebRio
A Música Popular Brasileira perdeu um importante nome de sua constelação: o cantor e compositor Morais Moreira, 72 anos, que morreu na segunda-feira (13), em seu apartamento na Gávea, no Rio de Janeiro.
Antonio Carlos Moreira Pires nasceu em 1947, em Ituaçu, interior da Bahia. Aprendeu a tocar violão ainda jovem em Caculé, no sudoeste baiano e aos 19 anos se mudou para Salvador.
Fez parte da banda que teve uma história marcante para a música brasileira: Os Novos Baianos, fundada em 1970 e composta também por outros jovens talentosos: Luiz Galvão, Paulinho Boca de Cantor, Baby Consuelo e Pepeu Gomes. O grupo é considerado ao lado da Jovem Guarda e da Tropicália como um dos mais relevantes movimentos da canção jovem dos anos 60 e 70. Influenciados por João Gilberto e Tom Zé, fizeram uma revolução que marcou o aspecto antropofágico da cultura brasileira, misturando rock com elementos de samba, frevo, maracatu, inaugurando um estilo singular.
O disco "Acabou Chorare" é considerado um clássico da MPB.
Em 1975, Moraes Moreira deixou os Novos Baianos. Até meados da década de 70, os trios elétricos só tocavam músicas instrumentais para arrastar os foliões, e com Moraes isso mudou. A estrela baiana foi a primeira cantar num trio elétrico. No carnaval de 1976, ele puxou a multidão no trio de Armandinho, Dodô e Osmar.
Últimas composições
A paixão pelo Flamengo era uma inspiração e participou das atrações brasileiras da primeira edição do Rock in Rio, em 1985.
Em 2016, Moraes Moreira se juntou aos outros ex-integrantes dos Novos Baianos e o grupo percorreu o Brasil, matando a saudade dos fãs.
Moraes Moreira também era presença constante no carnaval de Salvador.
Nos últimos meses, estava compondo bastante. Tinha 20 músicas inéditas e o sonho de ver estas canções gravadas por cantoras que falaram de sua morte com emoção e gratidão.
“Eu que gravei tantas canções dele, incluindo ‘Festa de Interior’, que foi um grande sucesso popular. Que ele fique em paz, que ele vá com Deus”, lembra a cantora Gal Costa.
O último show foi no mês passado, antes da quarentena. O poeta usou o cordel para escrever sobre a pandemia. “Vivemos num mundo insano. Queremos mais liberdade para que tudo isso mude. Certeza, ninguém se ilude. Não tem tempo nem idade”.