Segunda, 22 Janeiro 2018 00:00

Sindicato defende unidade e mobilização para derrotar ataques de Temer à Caixa

Os empregados da Caixa Econômica Federal voltam a denunciar os ataques do governo Temer para privatizar a empresa e retirar direitos dos trabalhadores. O Sindicato reafirma que a única saída para garantir a Caixa 100% pública é a unidade e mobilização dos bancários.
“Não há outra forma de derrotarmos este projeto do governo, que quer privatizar bancos e instituições públicas para atender unicamente aos interesses do capital e dos bancos privados. Temos que estar unidos e fortalecer a mobilização, envolvendo a sociedade neste debate, para garantirmos o papel social que somente bancos públicos são capazes de desempenhar”, afirma a presidenta do Sindicato, Adriana Nalesso.
Grandes conglomerados do sistema financeiro estão de olho gordo no mercado hoje ocupado pelos bancos públicos.
Manobra de Meirelles
Temer fez de tudo para manter quatro, dos 12 vice-presidentes afastados por 15 dias da direção da Caixa por denúncias de corrupção apontadas pelo Ministério Público Federal. O governo não queria mudanças porque os diretores foram indicados por partidos da base aliada e a prioridade de Temer é aprovar a Reforma da Previdência, proposta que dificulta o acesso dos brasileiros à aposentadoria pela Previdência Social.
Já o ministro da Fazenda, o banqueiro Henrique Meirelles e o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn (homem forte do Itaú) comemoraram a queda dos executivos porque querem indicar nomes ainda mais comprometidos com os interesses de mercado para privatizar a Caixa.
Defesa da paridade
O vice-presidente do Sindicato Paulo Matileti disse que as mudanças poderão dar um pouco mais de transparência ao processo de indicações, mas denuncia que a restrição às indicações políticas para a direção da empresa, prevista no novo estatuto da Caixa, não garante a preservação da empresa pública.
“O novo estatuto da Caixa restringe indicações políticas, embasado na lei das Estatais. Agora é o Conselho de Administração que tem esta prerrogativa. O problema é que a direção da empresa, escolhida por Temer, é quem detém a ampla maioria dos conselheiros. Só temos uma representante dos empregados. Por isso, sempre defendemos um Conselho paritário, com metade dos conselheiros indicados pelos trabalhadores”, afirma o vice-presidente do Sindicato, Paulo Matileti. O sindicalista disse que a democratização do CA seria fundamental para garantir a Caixa 100% pública e preservar os direitos dos funcionários.
“Temos que ficar de olho nos nomes que os banqueiros Meirelles e Goldfajn vão indicar, pois eles estão loucos para privatizar a Caixa”, conclui Matileti.
Bancária morre no local de trabalho - A empregada da Caixa Econômica Federal, Elisa Maria Barcellos da Silva, faleceu na última quinta-feira (18/1), vítima de enfarto, em seu local de trabalho, a Cedes (Centralizadora de Desenvolvimento da Tecnologia da Informação), no prédio da Avenida Almirante Barroso. A diretoria do Sindicato se solidariza com a família e amigos da bancária, neste momento difícil.

Governo quer inviabilizar Saúde Caixa

O governo Temer limitou a participação da Caixa Econômica Federal no custeio dos benefícios ao plano de saúde dos empregados, o Saúde Caixa, a 6,5% da folha de pagamentos e proventos, a partir de 2020. A decisão foi aprovada em dezembro último pelo Conselho de Administração do banco, onde o governo tem maioria de votos, com a mudança do capítulo VIII, artigo 54, parágrafo 4º do estatuto da estatal. Hoje, esta participação é ilimitada.
Com a medida, o governo empurra para os empregados, aos poucos, todos os custos do plano de saúde, rompendo a lógica do modelo de custeio, sendo um primeiro passo em direção à inviabilização e ao fim do Saúde Caixa. O plano é um dos maiores de autogestão entre os funcionários de empresas estatais. Atende a 300 mil vidas e tem superávit de R$ 670 milhões.

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