Quinta, 02 Agosto 2018 20:09

Caixa não apresenta propostas e aguarda decisão da Fenaban na negociação de terça-feira (7)

Ricardo Maggi (terceiro à esquerda) convocou os empregados da Caixa para aumentar a pressão sobre o banco e a Fenaban para garantir os direitos de toda a categoria, ameaçados Ricardo Maggi (terceiro à esquerda) convocou os empregados da Caixa para aumentar a pressão sobre o banco e a Fenaban para garantir os direitos de toda a categoria, ameaçados

A direção da Caixa Econômica Federal manteve, na quarta mesa específica de negociação da última quinta-feira, dia 2 de agosto, a mesma posição de não apresentar nenhuma proposta até que a Fenaban apresente uma proposição global para a categoria, o que os bancos prometem fazer na negociação geral da próxima terça-feira, dia 7 de agosto.

PLR Social ameaçada

Já nas reuniões anteriores, a Caixa sinalizou alguns retrocessos, como acabar com a PLR Social e reduzir a proposta da PLR. O governo e seus apoiadores que dominam o Conselho de Administração (CA) limitaram a PLR a 25% do valor pago ao Tesouro na forma de dividendos, que por sua vez tem representado 25% do lucro líquido do banco. Assim, o valor distribuído aos empregados seria limitado ao teto de 6,25% do lucro líquido do banco, o que acarretaria em um corte de mais da metade da participação nos lucros que era creditada aos trabalhadores. Além disso, o banco disse que não está autorizado pelo governo a pagar a PLR Social, que é 4% do lucro distribuído linearmente a todos empregados, uma conquista histórica dos funcionários.  Os empregados cobraram a garantia da PLR e da PLR Social e não aceitam restrições de cl&a acute;usulas. “Temos que ampliar conquistas e não cortar direitos”, disse o diretor da Fetraf- RJ/ES, Ricardo Maggi, que participou da reunião em São Paulo.

Ataques ao Saúde Caixa

Atendendo a política de ataques aos direitos dos trabalhadores e às empresas públicas e estatais promovidos pelo governo Michel Temer (MDB), a direção do banco deixa claro sua intenção de acabar também com o Saúde Caixa e de impor as mazelas da nova legislação trabalhista em prejuízo dos empregados.

A Caixa afirmou que irá aplicar a resolução 23 da CGPAR e não garantiu a manutenção do modelo Saúde Caixa, da forma que foi criado. A resolução afeta não apenas o plano de saúde dos empregados da Caixa, mas de todas as empresas públicas. Os empregados defendem um Saúde Caixa auto-sustentável e de qualidade para todos os seus usuários.

O banco quer ainda tirar direitos referentes à Funcef, o fundo de pensão dos funcionários do banco.

Possibilidade de terceirização

 A CEE (Comissão Executiva dos Empregados) cobrou ainda o fim dos descomissionamentos de gestantes e a contratação de mais empregados, para acabar com a sobrecarga de trabalho dos funcionários, elevando o número de trabalhadores vítimas de doenças ocupacionais.  Para Dionísio Reis, a situação de sobrecarga de trabalho nas agências é preocupante.

O banco não apenas mão apresentou proposta para ambas as reivindicações como sinalizou a proposta de contratar terceirizados para atividade fim.

 Trabalho Temporário

A revogação do RH 037 mais uma vez esteve em pauta na mesa de negociação e, como sempre, a Caixa negou a reivindicação. O normativo, que passou por atualização em agosto de 2017 para se adequar à Lei da Terceirização, permite a contratação de trabalhadores temporários sem qualquer vínculo empregatício com o banco, por meio de empresas que fornecem mão de obra terceirizada, para a realização de tarefas de técnico bancário, mais uma mazela da reforma trabalhista do governo Temer.

Os empregados marcaram uma reunião com o banco no dia 7 de agosto para apresentação de uma proposta, que seria apresentada junto com a da Fenaban. No dia 8 de agosto, serão realizadas assembleias, em todos os sindicatos do país, para avaliar as propostas.  

“A Caixa não respondeu de forma objetiva a nenhuma de nossas reivindicações, respondendo tudo sempre de forma evasiva. Ficou claro, mais uma vez, que a empresa aguarda a posição da Fenaban, que promete apresentar uma proposta global na terça-feira. Somente a mobilização e a disposição dos bancários para resistir aos ataques dos bancos poderá garantir o êxito nesta campanha salarial”, acrescenta Ricardo Maggi. 

Mídia