Sexta, 03 Agosto 2018 20:20

BB insiste em aumentar poder de fogo da GDP para descomissionar

Banco não apresenta proposta econômica, nem para a maioria das cláusulas específicas e ainda quer impor perdas de direitos na Cassi

Até esta sexta-feira (3/8) a Comissão de Empresa só ouviu dos negociadores do Banco do Brasil a cansativa ladainha repetida a cada rodada de que “vamos estudar”, como resposta para quase todas as reivindicações. Salvo, evidentemente, as negativas para o restante delas.

Mas a coisa piorou na rodada desta sexta, quando eles simplesmente não apresentaram qualquer proposta econômica, seguindo o script da Fenaban. Alegaram que vão encaminhar alguma resposta a estas questões no mesmo dia 7, logo após a negociação da Mesa Única da Convenção Coletiva de Trabalho.

A enrolação já foi diagnosticada, exigindo para a sua reversão, uma maior pressão e participação dos funcionários do banco na Campanha, que é nacional, pelo acordo específico e pela CCT. Esta é a única maneira de mudar o rumo das negociações que apontam para o aprofundamento do projeto do governo Temer e dos bancos de ataques e redução de direitos.

GDP

A Comissão protestou contra a insistência do BB em manter a posição de reduzir o número de ciclos da avaliação da GDP, para o descomissionamento por desempenho, dos atuais 3 para apenas 1 ciclo, ou seja, um semestre. Disseram ao banco que a GDP, foi criada, segundo suas diretrizes, para melhorar a performance de cada funcionário. O que pressupõe que todos possam saber quando estiverem para ser avaliados negativamente e os motivos, e busquem corrigir isto.

Mas não é o que acontece. A GDP vem sendo usada apenas como instrumento para descomissionar, ou seja, reduzir drasticamente a remumeração, sendo mais uma forma de conter custos, dentro da política de arrocho e retirada de direitos de Temer. Chegaram aos sindicatos relatos de reuniões entre gerentes e superintendes onde os diretores da DISUD e DIRED orientaram os gestores a encher a GDP dos funcionários com anotações para preparar o descomissionamento.

Para Rita Mota, membro da Comissão de Empresa e diretora do Sindicato, é muito grave que executivos do banco estejam orientando gestores a anotarem negativamente nas GDPs dos funcionários para futuro descomissionamento. “Antes de tudo, os executivos devem orientar os gestores para que pratiquem as premissas de desenvolvimento profissional que deveriam nortear a GDP. Não há como aceitar essa proposta”, disse.

Na mesma linha, o banco não aceita discutir na mesa específica a proposta de sustentabilidade da Cassi apresentada pela Contraf, federações, sindicatos e demais entidades do funcionalismo. Ao mesmo tempo, a Comissão de Empresa não deixou qualquer dúvida quanto à sua posição – a mesma das demais entidades – de que rejeita a tentativa do banco de impor a sua proposta extremamente prejudicial aos participantes do plano de saúde. E informou aos negociadores que lamenta a decisão do banco de atropelar o processo de negociação e tentar impor aos associados tantas mudanças no estatuto que retiram direitos e aumentam as despesas dos funcionários.

O BB apresentou também uma proposta de banco de horas, ainda sem redação definitiva. Os funcionários argumentaram que o problema do banco de horas é justamente o não pagamento de horas extras e que isso pode ser um problema se houver redução de intervalo obrigatória.

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