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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Um dos principais investigados na operação Greenfield, força tarefa da Procuradoria Federal do Distrito Federal que levanta informações sobre investimentos fraudulentos dos fundos de pensão, é o Ministro Paulo Guedes e pessoas a ele ligadas, inclusive o seu próprio irmão. Segundo o deputado Paulo Ramos (PDT-RJ) Guedes estaria vinculado a inúmeras empresas que captaram recursos públicos que são alvo de investigação através de fundos de investimentos “O ministro não pode continuar blindado, pois tem seus tentáculos em outras instituições públicas, a começar pelo BNDES”, afirmou o parlamentar.
Tudo leva a crer que Guedes, após aderir à campanha de Bolsonaro, comandou ‘uma série de reestruturações societárias nas empresas, fundos e todo tipo de investimento em que tivesse participação, a fim de se ocultar’. Ramos enviou os dados suspeitos contra Guedes à Procuradoria-Geral da República, que remeteu o caso à Procuradoria no Distrito Federal, ao Tribunal de Contas da União e à Comissão de Ética Pública. O deputado promete ainda acionar o Supremo Tribunal Federal, quando a corte voltar de férias em fevereiro.
Ministro barra investigações
Para o deputado, a permanência de Guedes no Ministério da Economia representa um sério obstáculo às investigações e um atentado a moralidade pública. O ministro foi investigado de maneira independente pelo parlamentar. Ramos aproveitou a CPI do BNDES para obter dados sobre as empresas que teriam Guedes por trás, mas enfrentou a blindagem da atual presidência do banco.
Ainda assim, com os documentos que juntou, o deputado afirma que o ministro “integra, seja como administrador ou sócio – inclusive possivelmente oculto – uma vasta rede composta por bancos e fundos de investimentos” que “possuem íntimas relações com entes estatais de mesmo gênero, notadamente o BNDES”.
Ao examinar dados de empresas às quais Guedes era, ou é, ligado, o deputado identificou uma ‘curiosa coincidência’: outros sócios ou cotistas ‘se revezam não apenas na mesma sociedade, como também em várias outras, coligadas ou não, formando uma espécie de teia societária’, a fim de ‘ocultar seu verdadeiro controlador’.