Terça, 07 Agosto 2018 21:35

PROPOSTA INSUFICIENTE E INCOMPLETA - Bancos querem impor 4 anos sem aumento real e reduzir direitos da Convenção Coletiva

Adriana Nalesso convoca toda a categoria para lotar o auditório dos bancários na assembleia desta quarta (8), e rejeitar a atual proposta dos bancos, que é insuficiente e incompleta Adriana Nalesso convoca toda a categoria para lotar o auditório dos bancários na assembleia desta quarta (8), e rejeitar a atual proposta dos bancos, que é insuficiente e incompleta

Comando Nacional dos Bancários indica pela rejeição da proposta.
Assembleia é hoje (quarta-feira, dia 8), às 18h, no auditório do Sindicato

Em negociação com o Comando Nacional dos Bancários ontem (terça-feira, dia 7 de agosto), a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) frustrou a categoria ao apresentar uma proposta insuficiente e incompleta na sexta reunião da mesa única de negociação. Os bancos apenas ofereceram cobrir a inflação do período para os salários, PLR, vales e demais verbas econômicas. A inflação será divulgada nesta quarta-feira (8). No mesmo dia, às 18 horas, os bancários realizam assembleia no auditório do Sindicato, para deliberar sobre a proposta patronal e definir as estratégias de luta para pressionar os bancos a apresentarem uma proposição digna. A categoria não abre mão da garantia de todas as cláusulas da Convenção Coletiva de Trabalho, do emprego com o fim das demissões, instrumentos mais efetivos de combate ao assédio moral e às metas abusivas, e o aumento real de salário e de todas as verbas remuneratórias, inclusive a PLR.
Direitos ameaçados
A Fenaban quer fechar um acordo de 4 anos apenas com a reposição da inflação e sinalizou que pretende retirar vários direitos previstos em cláusulas da atual Convenção Coletiva de Trabalho dos bancários. Não deu nenhuma garantia de que os bancários não serão substituídos por trabalhadores contratados de forma precarizada, como por exemplo através da terceirização. Os bancos querem alterar cláusulas da CCT, segundo os banqueiros, “para garantir segurança jurídica”, mas sequer apresentaram a redação das modificações. A próxima rodada de negociação ficou agendada para o dia 17 de agosto (sexta-feira).
Desrespeito à categoria
O Comando Nacional da categoria considera a atual proposta insuficiente e incompleta e indica pela rejeição, nas assembleias que acontecem em todo o país, nesta quarta-feira (8), dos itens oferecidos pelos bancos.    
Para a presidenta do Sindicato dos Bancários do Rio, Adriana Nalesso, essa proposta é desrespeitosa com a categoria.
“Diante dos lucros exorbitantes que os bancos alcançam, não vamos aceitar apenas a reposição da inflação e nem a retirada de direitos. Exigimos aumento real e garantia dos empregos e dos direitos dos bancários”, disse Adriana.
O único avanço na negociação desta terça-feira é que a CCT é válida para todos, inclusive para os trabalhadores “hipersuficientes”, que possuem escolaridade de nível superior e ganham acima de dois tetos do INSS, o que sepulta a possibilidade de negociação individual, aquela em que o trabalhador fica mais vulnerável.
Participação de todos
A sindicalista, que participou da negociação, em São Paulo, convocou toda a categoria para a assembleia desta quarta (8), no auditório do Sindicato (Av. Pres. Vargas, 502, 21º andar).
Dinheiro não falta para a Fenaban atender as reivindicações da categoria: os cinco maiores bancos tiveram lucro de R$ 77,4 bilhões em 2017 e apenas com a receita obtida com tarifas de serviços bancários conseguem cobrir todos os gastos com o pessoal em 140%.  
“A participação de todas as bancárias e bancários nesta assembleia é fundamental. Venha decidir o que é melhor para a nossa categoria. Juntos, somos mais fortes”, convoca Nalesso.
A próxima negociação está marcada para o dia 17 de agosto, sexta-feira, também em São Paulo.  

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