Segunda, 15 Janeiro 2018 00:00

Funcionários farão protesto contra reestruturação e descomissionamentos

Os funcionários do Banco do Brasil realizam nesta sexta-feira, dia 19 de janeiro, uma manifestação contra o processo de reestruturação imposto pela direção do Banco do Brasil. Os bancários vão denunciar ainda os ataques da empresa contra os direitos do funcionalismo, com aumento da pressão e descomissionamentos e o projeto privatista do governo Temer. O ato público, que faz parte do Dia Nacional de Lutas, está marcado para começar às 13h, em frente ao prédio da Senador Dantas, no Centro. A atividade foi aprovada na plenária realizada na última quarta-feira (10), no Sindicato, por indicação da Comissão de Empresa dos Funcionários.
Guerra à privatização
Na plenária, o funcionalismo debateu a reestruturação da empresa. Os bancários destacaram a necessidade de a comissão de empresa impulsionar a campanha contra a privatização do banco, envolvendo não só os funcionários nesta luta, mas também a sociedade, através da confecção e distribuição de material impresso, além de denunciar ao Ministério Público do Trabalho, Banco Central e comissões de Defesa do Consumidor em todos os níveis, os efeitos nocivos do processo de reestruturação.
Foi aprovada ainda a necessidade de buscar apoio político para que parlamentares se pronunciem em defesa do BB como banco público e contra a atual gestão da empresa. Os participantes do encontro foram unânimes na avaliação de que as mudanças impostas pelo governo Temer são uma preparação para a privatização do banco e que somente através da luta coletiva, a categoria será capaz de derrotar o projeto privatista.
O diretor da Contraf-CUT, Marcello Azevedo, citou como exemplo a pressão dos empregados da Caixa Econômica Federal, que conseguiu barrar, no Conselho de Administração, a transformação da instituição, em Sociedade Anônima, primeiro passo para a sua privatização.
Esclarecimentos jurídicos
Durante o encontro, o advogado do Sindicato, Márcio Cordeiro, prestou esclarecimentos com relação às consequências da reestruturação e os direitos que estariam sendo ameaçados no Processo de Adequação de Quadros (PAQ), assim como as medidas jurídicas possíveis para garantir os direitos coletivos e individuais dos bancários frente a reestruturação. Márcio explicou que funcionários com mais de dez anos de comissão que forem descomissionados unilateralmente pelo banco devem procurar o sindicato para resguardar seus direitos. Diversas outras questões foram também levantadas e o Sindicato esclarece que a Secretaria de Bancos Públicos e o Departamento Jurídico da entidade estão à disposição para novos esclarecimentos que sejam necessários (telefones: 2103-4122/4123/4129). O sindicato disponibiliza também o link fale conosco para receber denúncias sobre a reestruturação. O sigilo do denunciante é garantido. Para denunciar basta acessar a nossa página na internet: www.bancariosrio.org.br.
O advogado alertou ainda para a questão da cobrança de honorários de sucumbência dos trabalhadores na Justiça do Trabalho, o que tem levado muitos a desistirem de reivindicar seus direitos na Justiça.
A resposta do banco
Em reposta à matéria do Sindicato publicada no site da entidade, no último dia 5 de janeiro, que cobrava uma série de questões sobre o PAQ, a Diretoria de Pessoas do BB (DIPES) enviou uma nota de esclarecimento na qual volta a afirmar que “tratam-se de ações de melhoria de atendimento” e que não é politica da empresa a redução de quadros. Esclarece ainda que é possível realizar conciliação via CCP - Comissão de Conciliação Prévia - onde as demandas podem ser debatidas antes do ajuizamento de ações e que “estão sendo criadas cerca de 1.425 novas oportunidades de ascensão funcional. No tocante a questão da não participação do Conselheiro Eleito na Reunião do Conselho de Administração, a direção da empresa entende que se trata apenas do cumprimento da lei.
“Se a reestruturação é boa para a empresa e para os funcionários então qual o motivo pelo qual o Conselheiro Eleito foi excluído da reunião? Porque a Comissão de Empresa que estava reunida com o banco na véspera do anúncio do pleno não foi pelo menos notificada da reestruturação? Como falar em melhoria de atendimento quando se reduzem funcionários e comissões, esvaziando as agências? Estas perguntas continuam sem resposta”, destaca Marcello Azevedo.
O Sindicato também não obteve resposta do banco quanto as denúncias de que a gestão da empresa estaria empenhada em favorecer um possível processo de privatização.
Os diretores do Sindicato Rita Mota e José Henrique informaram ainda que estiveram na GEPES (Gestão de Pessoas) na última terça-feira (9) buscando mais informações sobre a reestruturação e sobre as diversas dúvidas e questionamentos trazidos pelos delegados sindicais relativos ao (PAQ).
Os sindicalistas buscaram ainda soluções de problemas referentes à reestruturação.
A Comissão de Empresa se reuniu com a direção do BB, na sexta-feira (12), e reiterou as cobranças com relação ao processo de reestruturação e quanto à forma como foi anunciado, sem nenhuma informação prévia aos trabalhadores ou a seus representantes, além dos atropelos e erros da atual direção do banco (mais detalhes da negociação, em nosso site: www.bancariosrio.org.br.)

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