Segunda, 15 Janeiro 2018 00:00

Empregados protestam contra desmonte nos 157 anos da Caixa

Os empregados da Caixa Econômica Federal realizaram no Rio, em frente ao prédio da Avenida Almirante Barroso, um protesto contra as arbitrariedades da atual direção da empresa, que ataca os direitos dos bancários e promove uma reestruturação para atender ao projeto privatista do governo Michel Temer. Durante o ato, o Sindicato distribuiu um grande bolo para a população. A atividade fez parte de uma mobilização nacional da categoria, no último dia 12 de janeiro em que foram comemorados os 157 anos do banco.
“A Caixa tem um papel fundamental na sociedade, através de projetos de habitação popular, programas sociais e no desenvolvimento econômico do país. Todo mundo já percebeu que o governo Temer tem feito de tudo para acabar com esse papel social da Caixa e de todos os bancos públicos”, disse o diretor do Sindicato, José Ferreira.
Verticalização e bônus
Os bancários criticaram a chamada verticalização, medida unilateral que aumenta ainda mais as metas, a sobrecarga de trabalho e a pressão sobre os funcionários, inclusive com ameaças de descomissionamentos. A medida gera incertezas em relação às transferências de empregados para outras unidades. Gestores poderão ter de assumir as carteiras de clientes de gerentes de Pessoa Jurídica (PJ), cujo encarteiramento é ainda mais difícil.
Os bancários criticaram também as novas regras criadas para o Bônus Caixa, programa que, ao contrário da PLR e da PLR Social, discrimina a maioria dos trabalhadores na distribuição dos resultados do banco.
“Queremos que o bônus inclua todos os trabalhadores da empresa. Não pode haver discriminação, excluir os demais funcionários, como são os casos do auxiliar de atendimento, assistente e caixa, por exemplo”, critica o vice-presidente do Sindicato, Paulo Matileti.
Para Ricardo Maggi, que é membro da Comissão Executiva dos Empregados (CEE), a bonificação vai aumentar a pressão e o assédio moral.
“A Caixa está adotando práticas de mercado, que já existem no setor privado. Para alcançar as metas e receber o bônus muitos gerentes vão acabar aumentando a pressão sobre os demais trabalhadores. A medida visa claramente dividir o funcionalismo”, afirma. O sindicalista lembrou que a CEE já enviou um documento de protesto à direção do banco contra a medida.
A atividade contou ainda com a participação de membros da União Nacional Por Moradia Popular e de José Maria coordenador da FUP (Federação única dos Petroleiros).
100% pública
O vereador do Rio, Reymond (PT), que é bancário do Banco do Brasil, também participou do ato público.
“Vivemos um processo de desmonte da democracia, de venda do patrimônio público, daquilo que é a garantia de nossa soberania e existência enquanto povo e nação. Além da indignação temos que ter a coragem de defender a Caixa 100% pública”, ressaltou. O parlamentar criticou ainda a intenção da diretoria do banco de transferir os empregados do prédio da Almirante Barroso para o bairro de Santo Cristo. “Há a intenção clara de dispersar os bancários colocando os empregados em um bairro, que além de perigoso, é distante e dificulta a organização e mobilização dos trabalhadores”.
A Companhia de Emergência Teatral fez uma apresentação bem-humorada, com direito à limpeza das “lambanças” feitas pela atual diretoria da Caixa.

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