Quarta, 08 Agosto 2018 21:29

Bancários rejeitam proposta indecente da Fenaban

RECADO À FENABAN - Os bancários do Rio superlotaram o  auditório do Sindicato para rejeitar a proposta dos bancos RECADO À FENABAN - Os bancários do Rio superlotaram o auditório do Sindicato para rejeitar a proposta dos bancos

Assembleia segue orientação do Comando Nacional dos Bancários, aprovando, também, participação na paralisação nacional até as 12 horas no dia 10 de agosto, Dia do Basta

Um auditório completamente lotado e a rejeição unânime da proposta indecente da Fenaban, mostraram o tamanho da indignação dos bancários do Rio de Janeiro com a postura dos banqueiros na negociação da mesa única. A proposição encaminhada ao Comando Nacional dos Bancários, na última terça-feira (7/8) foi considerada pela presidenta do Sindicato, Adriana Nalesso, uma provocação: Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), válida por quatro anos sem aumento real durante todo este período, apenas com a reposição da inflação de um ano medida pelo INPC sobre salário, auxílio alimentação, refeição e PLR, e sem a garantia das demais cláusulas, entre elas as sociais, como auxílio-creche e estabilidade pré-aposentadoria, manutenção dos empregos bancários e melhores condições de trabalho.
Foram rejeitadas, também, as propostas apresentadas pela Caixa Econômica Federal e pelo Banco do Brasil nas negociações dos acordos específicos, feitas também em rodadas no último dia 7. O representante do Rio na negociação da Caixa, Ricardo Maggi, disse que o posicionamento do banco segue as regras trabalhistas e as orientações do governo Temer de redução de direitos, retirando mais da metade dos itens do acordo atual, entre elas a PLR Social, os direitos dos aposentados e encarecendo o Saúde Caixa. No BB, Rita Mota, representante do Rio, explicou que foi mantida a proposta de descomissionamento a partir da segunda avaliação negativa, sem direito a defesa. O banco não apresentou uma proposta econômica completa. Outras cláusulas não foram respondidas. CEF e BB  anunciaram que vão seguir a proposta econômica rebaixada da Fenaban.
Resposta é a mobilização
Como resposta, além da rejeição, a assembleia aprovou participação na paralisação nacional de toda a categoria até as 12 horas, em 10 de agosto, Dia do Basta, convocado pelas centrais sindicais, com participação dos bancários nos atos unificados com os demais trabalhadores em todos os estados. O Dia do Basta é uma mobilização nacional contra a perda de direitos, a partir das novas regras trabalhistas aprovadas pelo Congresso Nacional, como parte do projeto do governo Michel Temer (MDB). 
No Rio de Janeiro, as mobilizações serão uma vigília a partir das 6 horas da manhã, na Central do Brasil; seguido de um ato público, ao meio-dia, no Boulevard da Rio Branco, ao lado do prédio da Caixa da Almirante Barroso; e uma grande manifestação unificada, a partir das 16 horas, na Praça XV.

Não há motivo para proposta rebaixada

A presidenta do Sindicato, Adriana Nalesso, classificou a proposta da Fenaban como um deboche. “Nós, do Comando Nacional dos Bancários, avaliamos que o setor que mais lucra no país não poderia apresentar uma proposta tão indecente na mesa de negociações. Foi uma provocação, um deboche. Mas não vamos baixar a cabeça. Pelo contrário, daremos uma resposta à altura, ampliando as mobilizações, começando por uma paralisação nacional no dia 10, esperando que os bancos entendam o recado e apresentem uma proposta melhor na rodada do dia 17”, afirmou.
Lembrou que os bancos têm todas as condições de atender integralmente a minuta de reivindicações. “Lucraram R$ 79 bilhões em 2017. Só os cinco maiores tiveram um lucro, apenas no último trimestre, de mais de R$ 20 bilhões. Nada justifica a proposta encaminhada”, argumentou. 

 

Mídia