Segunda, 13 Agosto 2018 19:10

Funcionários do BB param Sedan e Andaraí para cobrar avanços na mesa de negociações

Paralisação no prédio do Sedan, no Dia do Basta. Os funcionários pararam também no Andaraí e agências da Rio Branco Paralisação no prédio do Sedan, no Dia do Basta. Os funcionários pararam também no Andaraí e agências da Rio Branco

Os funcionários do Banco do Brasil realizaram uma paralisação parcial nos prédios do Sedan e do Andaraí, na sexta-feira passada, 10 de agosto, como parte das atividades do Dia do Basta. A paralisação teve total adesão do funcionalismo, o que confirma a insatisfação dos trabalhadores com a postura do banco na mesa de negociações. O ato teve como objetivo, também, o protesto contra a retirada de direitos, o desemprego no país – segundo o IBGE o Brasil tem hoje mais de 13 milhões de desempregados – e o ataque do governo Temer contra os bancos e empresas públicas, ressuscitando o projeto privatista do governo FHC, do PSDB (1994 a 2002).
 Proposta incompleta
 Os bancários cobram da direção do BB, uma proposta digna na mesa específica, considerada pelos trabalhadores como incompleta e insuficiente. Na reunião da terça-feira passada (7/8), mesmo dia da negociação frustrante da categoria com a Fenaban, os representantes do banco concordaram em manter várias cláusulas do atual acordo, mas criaram impasse em itens importantes, como o fato de a empresa querer reduzir o período de avaliações no aplicativo da empresa que trata do tema, o GDP (Gestão do Desempenho Profissional).
Descomissionamentos
Pelo atual acordo, o BB só pode descomissionar com, no mínimo, três avaliações negativas. O banco quis reduzir para apenas uma avaliação, admitindo em seguida, um número de duas avaliações. Os representantes do funcionalismo exigem a manutenção de pelo menos três pareceres da empresa. Nesta questão houve um único avanço: a inclusão do primeiro gestor no mesmo modelo avaliador dos demais empregados.
“Queremos manter o modelo atual e inibir os descomissionamentos, com o mesmo parâmetro para todos os funcionários, inclusive, o gestor“, disse a diretora do Sindicato e representante do Rio de Janeiro na Comissão de Empresa dos Funcionários (CEBB), Rita Mota. Os bancários cobram ainda mais transparência no processo de avaliação e o cumprimento de todas as etapas do GDP. Segundo denúncias dos bancários, as próprias premissas e orientações do banco não têm sido cumpridas neste sistema. 
“O GDP virou meramente uma ferramenta utilizada para descomissionar de forma arbitrária, prática que tem crescido em função da pressão da empresa para o cumprimento de metas. Não aceitamos que o BB oficialize esta prática, que já vem sendo utilizada nas unidades de trabalho”, acrescenta Rita.
A CEBB tem recebido denúncias de que um executivo do banco tem orientado os gestores a anotarem qualquer aspecto negativo no sistema GDP, já os positivos só recebem menção verbal, resultando em grande apreensão nos locais de trabalho.
O funcionalismo luta ainda pelo aumento real de salário – a Fenaban quer impor 4 anos com apenas a inflação dos períodos - além de garantir os direitos dos associados da Cassi, votando “não” na consulta sobre a proposta do banco, que não foi sequer debatida com os trabalhadores na mesa de negociação.  

Mídia